Samuel Úria atua esta tarde no Primavera Sound Porto, no palco Super Bock, a partir das 18h35, onde promete tocar algumas músicas novas do novo trabalho que está a preparar, mas sem saber ainda quando sairá.

O veterano músico natural de Tondela pediu ajuda aos seguidores do Instagram para definir o alinhamento da atuação desta tarde, mas, apesar da generosidade das pessoas que lhe responderam, teve de deixar de lado algumas sugestões, mas “com toda a dignidade possível”.

O que preparaste para o concerto de hoje?
Olha, preparei um alinhamento que é sempre um bocadinho mais eletrificado quando são festivais ou, pelo menos, concertos ao ar livre, com públicos que não estão confinados em salas… Puxamos um bocadinho mais pelas guitarras. Já não tocava com a banda há muito tempo e estou a preparar o próximo disco e, por isso, vamos testar também um par de canções novas que, em princípio, estarão no próximo disco. Não sei quando sairá, é ainda uma incógnita, mas há canções que já estamos a começar a preparar e vamos hoje rodá-las em palco.

Enquanto músico, qual é para ti a grande diferença entre tocar ao ao ar livre, como falaste, e numa sala?
Há uma diferença, que tem a ver com a parte visual, para quem está em palco, que é ver pessoas em pé, normalmente, embora também haja quem escolha sentar-se… E há uma motivação extra quando as pessoas estão em pé, estão soltas para poderem mexer-se, e isso puxa um bocado para nós. Logo aí há uma grande diferença, embora às vezes, quando estamos a tocar em salas e as pessoas se levantam, se calhar essa diferença ainda se torna mais substancial e a motivação também se torna mais substancial. Mas, logo à partida, isso torna os concertos diferentes. Mas também por causa das condições acústicas, de o som ser um bocadinho mais disperso, há menos, sei lá, menos aquelas baladas, um bocadinho mais desapegadas de voz, de guitarra, etc. Mas também não digo que não haverá um momento ou outro desses hoje…

Pediste ajuda aos teus seguidores no Instagram para o alinhamento de hoje. Que canções vais incluir?
Das canções que me pediram, algumas tive que dizer que não, mas não foi por não gostar das pessoas que as pediram nem foi por não gostar das canções. Foi mesmo porque, de repente, atingi um limite e só vou ter 50 minutos para tocar. Isso limita muito as escolhas, porque a maior parte das minhas canções tem mais de quatro minutos, algumas com cinco minutos, o que limita o meu alinhamento a dez ou onze canções. Foram pessoas muito generosas e simpáticas a querer dar o seu contributo, mas, lamentavelmente, tive que chutar para canto, mas com toda a dignidade possível!

Estás a preparar um disco novo, como disseste, mas que não vai sair este ano…
É uma incógnita para mim e não estou a esconder as cartas, não sei mesmo muito bem quando ou como irá acontecer…

O que estás a preparar?
Já comecei a escrevinhar… Quer dizer, tenho um grosso de canções preparadas e vou, se calhar, já começar a fazer algumas coisas em estúdio… Algumas maquetes também já muito adiantadas e agora é ver onde é que essas maquetes me levam para acabar e rematar o disco. Gravo normalmente uma primeira fornada de canções e o que isso me sugere, quer em termos de som, quer em termos de temáticas, ajuda-me a não só a escrever outras canções como também a selecionar aquelas que já estão escritas, para que depois, pelo menos na minha cabeça, haja ali um agregado que torne todos os discos que tenha, mesmo aqueles que não apareçam, os torne conceptuais.

Como pessoa com apurado gosto musical que és, o que queres muito ver no Primavera?
Queria muito ver Pulp, porque nunca vi ao vivo… Os senhores já cá andam há muitos anos, o primeiro disco deles ainda é dos anos 80! Estou mesmo com muita vontade. Ontem vi a PJ Harvey, que também não via há 20 anos ao vivo, e ela está igual. É impressionante! A banda toda envelheceu, ela não, ela está igual e foi muito bonito o concerto.