Com as eleições diretas do Partido Socialista (PS) previstas para os dias 15 e 16 de dezembro, as candidaturas de Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro estão a desdobrar-se em contatos para conseguirem apoios e já começaram a preparar as equipas para a campanha interna. Mas ainda há várias figuras com peso no partido que não revelaram quem vão apoiar.

A maioria das federações está ao lado de Pedro Nuno Santos, que anda há mais tempo a preparar a candidatura no terreno, mas os candidatos querem apresentar nomes fortes para cativarem os militantes socialistas. Manuel Alegre está ao lado do ex-líder da JS e até poderá participar na campanha. Francisco Assis, que esteve com Pedro Nuno no lançamento da candidatura, é outro dos apoios de peso, principalmente para dar um sinal de que também conta com apoios na ala moderada.

O ministro da Educação, Jorge Costa, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, o antigo presidente da câmara de Lisboa João Soares e o secretário-geral da JS, Miguel Matos Costa, são alguns dos nomes que estarão ao lado do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação.

Pedro Nuno Santos está ainda a constituir a equipa para a campanha interna, mas já tornou público que a ex-ministra Alexandra Leitão vai coordenar a moção de estratégia ao congresso do PS, previsto para os dias 6 e 7 de janeiro, em Lisboa.

José Luís Carneiro tem conquistado apoios na ala moderada do partido e já anunciou os primeiros nomes da equipa. Jorge Lacão, ex-ministro e antigo líder parlamentar do PS, vai integrar a equipa de coordenação estratégica da candidatura. Carlos Zorrinho, eurodeputado do PS, Lacerda Sales, ex-secretário de Estado da saúde e Miguel Coelho, presidente da junta de freguesia de Santa Maria Maior e antigo deputado do PS, vão também assumir responsabilidades na campanha.

Jamila Madeira, vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Capoulas Santos, antigo ministro da Agricultura, e Paulo Cafôfo, secretário de Estado das comunidades, foram outros nomes anunciados pela candidatura do atual ministro da Administração Interna como apoiantes.

Mas, a um mês das eleições internas, há figuras importantes do partido que ainda não deram apoio a nenhum dos candidatos. Fernando Medina, ministro das Finanças, conotado com a ala mais moderada e apontado durante muito tempo como um potencial candidato, não apoiou nenhuma candidatura e não se sabe se o fará.

Ana Catarina Mendes descartou uma candidatura à liderança, antes da reunião da Comissão Política Nacional, na quinta-feira, mas também não revelou se apoiará algum dos candidatos que estão na corrida para a liderança. Vieira da Silva, Augusto Santos Silva ou Ferro Rodrigues são outros dos destacados socialistas que não assumiram, até agora, nenhuma posição na disputa entre Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro.

Até sábado, dia em que se realiza a Comissão Nacional que vai alterar a data do congresso, poderá surgir mais um candidato. Daniel Adrião, que enfrentou António Costa nas últimas diretas, está a ponderar se avança. “Temos dois candidatos que representam o legado do ciclo político protagonizado por António Costa. Falta um candidato que não se apresente em nome desse legado e que possa protagonizar um novo ciclo político”, disse ao NOVO.