José Luís Carneiro confirma que avançará com candidatura à liderança do PS. É o primeiro a fazê-lo cumprindo as regras – Pedro Nuno Santos adiantara-se nesta tarde, ainda antes sequer de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dar conta da decisão de dissolver a Assembleia e convocar eleições para 10 de março.

No final da reunião da Comissão Política, que o PS convocou para esta noite, logo após a declaração de Marcelo ao país e de António Costa a ela reagir, já no Rato, confirmando ser contra a convocação de eleições e ter tentado que Mário Centeno fosse nomeado primeiro-ministro, as decisões. O Partido Socialista tem o calendário da sucessão a Costa fechado.

De acordo com as informações conhecidas já perto da 1.00, as diretas do PS vão realizar-se ainda a meio de dezembro, no fim de semana de 15 e 16. Segue-se, menos de um mês depois, o congresso socialista, marcado para o fim de semana de 6 e 7 de janeiro de 2024.

Ou seja, o PS terá novo líder já daqui a dois meses, também dois meses antes da data anunciada já pelo PR para as eleições legislativas antecipadas.

Por agora, a escolha que os socialistas têm pela frente será entre o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que levou a cabo a extinção do SEF decidida por Eduardo Cabrita antes de deixar o governo na sequência de uma sucessão de casos (das golas inflamáveis nos incêndios à morte de um cidadão ucraniano à guarda de agentes do SEF) e reorganização dos serviços de segurança nas fronteiras; e Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, Transportes e Habitação que se demitiu do governo na sequência da indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis na saída da TAP, depois de já ter ficado politicamente fragilizado quando apresentou um projeto de decisão para o novo aeroporto de Lisboa que o próprio primeiro-ministro, António Costa, veio dizer não ser a solução do governo, invalidando o despacho emitido pelo então ministro menos de 24 horas depois.

Até lá, António Costa mantém-se como secretário-geral do PS e primeiro-ministro demissionário, na sequência da Operação Influencer, que já tem oito arguidos – incluindo o chefe de gabinete do PM, Vítor Escária, e o seu melhor amigo, Diogo Lacerda Machado – e de que foi extraída certidão para que o Supremo possa investigar suspeitas que recairão, de acordo com o comunicado da PGR desta semana, sobre o próprio chefe do governo.