O Partido Socialista apresentou esta quinta-feira o manifesto eleitoral com nove missões para o futuro da União Europeia. Com as eleições europeias marcadas para dia 9 de junho, os socialistas querem bater-se por uma Europa “solidária” e social, que “não deixe ninguém para trás”.
No manifesto eleitoral, os candidatos do PS defendem que “é preciso continuar a fazer avançar o projeto europeu”, mas “há inúmeras ameaças ao projeto europeu, tanto vindas de fora, de potências hostis, como vindas de dentro, do crescimento das forças nacionalistas, populistas e eurocéticas”.
O Partido Socialista é o único “capaz de combater a ameaça dos retrocessos, representada pela extrema-direita e com a mal disfarçada cumplicidade da direita tradicional”, refere o manifesto eleitoral do PS intitulado “O futuro de Portugal na Europa”.
Neste programa, que servirá como base à campanha de Marta Temido, cabeça-de-lista do PS às europeias, os socialistas garantem que “o perigo já não está somente na ascensão da extrema-direita”, mas “reside, também, na falta de vontade política da direita moderada de se distinguir e distanciar” dos partidos populistas e nacionalistas.
“E a verdade é que, na Europa, o PPE (a família política onde se integram o PSD e o CDS) já deu a entender, por múltiplas formas e em diversas instâncias, que o não à extrema-direita é, afinal, um ‘why not?’ e, se necessário, um ‘yes, please”, acrescenta o programa do PS.
Habitação e desemprego
Entre as nove missões que os socialistas apresentam no manifesto eleitoral estão a aposta numa União Europeia “solidária” e “social”. “Pugnar pela criação de um complemento europeu ao subsídio de desemprego, que reforce a proteção dos trabalhadores” nesta situação é uma das propostas do programa do PS, que pretende também bater-se pela criação de um fundo europeu de apoio à reconversão e requalificação profissional.
Os socialistas defendem também a criação de um plano para “a habitação acessível à escala europeia que, embora não conste das suas tradicionais competências, concretize o direito à habitação em condições dignas e a preços comportáveis, integrando preocupações ecológicas, não só para os mais necessitados, mas também para as classes médias e, de forma especial, para os mais jovens”.
Outra das missões apresentadas no manifesto eleitoral é promover “uma União Europeia mais próspera e competitiva”. Os socialistas defendem a “adoção, no plano europeu, de um mecanismo permanente de resposta a crises, de natureza contra cíclica, que aumente a resiliência económica da UE e o arsenal de instrumentos de que dispõe para lidar com os diferentes ciclos económicos”.
No capítulo destinado aos jovens, o PS defende “uma agenda europeia para o trabalho digno” para garantir maior segurança no emprego. Garantir a abolição dos estágios não remunerados em todo o espaço europeu é outra das propostas dos socialistas destinada aos jovens.
Alargamento da UE
Os candidatos do PS comprometem-se a “apoiar o processo de alargamento da União Europeia, quer em relação à Ucrânia e à Moldova, quer em relação aos países dos Balcãs Ocidentais”.
Para os socialistas devem ser feitos “esforços para que o alargamento não seja feito em prejuízo dos atuais níveis de financiamento das políticas estruturais – como a Política de Coesão ou a PAC – e dos vários programas europeus e defender o fortalecimento de novos fundos, como o Fundo para a Transição Justa e o Fundo Social para a Ação Climática”.