O PS considerou hoje que Maria Luís Albuquerque, proposta pelo Governo para comissária europeia, tem um legado de “política de austeridade” e um perfil político distinto das prioridades da União Europeia, criticando a ausência de auscultação aos partidos.

“É um perfil que, no plano técnico, pode eventualmente representar aquilo que o Governo deseja, mas politicamente está diametralmente num campo distinto das opções e das prioridades que eu penso que a União Europeia terá neste momento”, considera Pedro Delgado Alves.

O deputado socialista começou por lamentar que no processo decisão do Governo não tenha havido uma auscultação prévia aos partidos, o que “teria sido democraticamente mais saudável e desejável”.

“Uma mera informação ao PS minutos antes do momento do anúncio público não nos parece que satisfaça esse objetivo de cooperação institucional e leal com todos os partidos”, considerou.

Segundo Pedro Delgado Alves, Pedro Nuno Santos, foi informado “minutos antes” da declaração do primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao contrário, disse, do que foi o histórico dos governos do PS em indicações semelhantes.

“Uma opção da exclusiva responsabilidade e da área política do Governo, mas que no imediato, no que respeita ao mais importante numa escolha como esta que são as opções políticas que estão subjacentes a essa decisão, não necessariamente uma boa notícia ou uma boa memória para muitas das pessoas”, lamentou.

O deputado do PS referiu que Maria Luís Albuquerque “foi responsável direta por um conjunto de medidas muito gravosas” para pensionistas, funcionários públicos ou para os próprios serviços públicos.

“Tem um legado no que diz respeito à gestão de uma política de austeridade que em muitos aspetos ia até para lá daquilo que a União Europeia naquele momento defendia”, criticou.