Pedro Calado, um dos três detidos na investigação judicial que abalou a Madeira, renunciou ao cargo de presidente de Câmara Municipal do Funchal, avança o Expresso.

A renúncia do autarca social-democrata foi, entretanto, confirmada pelo seu advogado no Campus da Justiça, em Lisboa, onde decorreu o primeiro interrogatório judicial. “Vai renunciar, sim. Entendeu que era a medida adequada face às atuais circunstâncias”, afirmou aos jornalistas Paulo Sá e Cunha.

Face à demissão de Pedro Calado, o PS Madeira veio já defender eleições intercalares no principal município da região, governado pela coligação PSD/CDS. “Perante a inevitável renúncia de Pedro Calado ao cargo de presidente da Câmara Municipal do Funchal, o PS/Madeira vem defender a realização de eleições intercalares”,  assinalaram os socialistas madeirenses, numa nota enviada à Lusa assinada pela secretária-geral, Marta Freitas.

As detenções dos dois empresários (Custódio Correia e Avelino Farinha) e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo, sem, no entanto, indicar a data da formalização da sua saída de cena.

Segundo a Polícia Judiciária, em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Esta manhã, em declarações aos jornalistas, o advogado do presidente da Câmara do Funchal recusou antecipar qualquer informação sobre as provas existentes no processo, inclusive dinheiro encontrado na casa do autarca. “Não posso estar a garantir à frente de câmaras de televisão, antes de uma diligência que ainda não começou, aquilo que vai acontecer lá dentro”, afirmou Paulo Sá e Cunha.