O governo está a examinar as condições para voltar a negociar com os sindicatos médicos, disse o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, esta quarta-feira, 15 de novembro, reconhecendo que, apesar de estar em plenas funções, “não pode olhar para o futuro como antes da crise política”.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) pretendem retomar de imediato as negociações com a tutela, considerando que o governo está em plenitude de funções e que não deve empurrar os problemas do Serviço Nacional de Saúde para o próximo executivo.
A última reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos estava marcada para a passada quarta-feira, mas foi cancelada na sequência do primeiro-ministro, António Costa, ter pedido a demissão.
Questionada à margem da conferência “A Digitalização da Saúde ao Serviço das Pessoas”, em Lisboa, promovida pela Convenção Nacional de Saúde sobre se vai retomar as negociações, o ministro da Saúde afirmou que o governo está a examinar as condições que tem para fazer essa negociação.
Manuel Pizarro adiantou que, “apesar do esforço do governo para se aproximar daquilo que eram as reivindicações dos médicos”, a avaliação que faz é que ainda se estava longe de alcançar o acordo.
“Concordamos em mudar de forma faseada o horário de trabalho para as 35 horas, concordamos em mudar, de forma faseada, o número de horas na urgência de 18 para 12 horas, concordamos com uma evolução salarial muito significativa, mas apesar de todas essas evoluções do governo, a avaliação que tínhamos é que estávamos ainda muito longe de fechar um acordo”, sustentou.
Portanto, vincou: “Temos que ver que condições temos, de forma realista, para retomar esse debate”.