O candidato do PAN às eleições europeias reforçou hoje a intenção de propor a criação de um comissário europeu para o Bem-Estar Animal e de abolir os testes de todos os produtos industriais em animais vivos.

“Neste dia, estamos a assinalar o direito de todos os animais e vamos reforçar a proposta da criação do comissário de Bem-Estar Animal, para que possa defender todos os animais em toda a Europa”, afirmou Pedro Fidalgo Marques, à margem da manifestação pelo Dia Nacional Pelos Direitos dos Animais, que decorreu hoje de manhã em Lisboa.

A defesa dos animais deve abarcar, “tanto os animais de companhia – na questão de reduzir o IVA das rações e dos cuidados médicos veterinários -, mas também o fim da crueldade do transporte de animais vivos”, afirmou.

Defendeu ainda uma “reconversão da indústria pecuária e investimento em proteína vegetal que, além de ser mais rentável para os agricultores, irá também evitar muito sofrimento animal e ajudar a combater as alterações climáticas”.

No entanto, ressalvou o cabeça-de-lista do PAN, o objetivo não é prejudicar os agricultores.

“O que tem de existir é uma reconversão da indústria da pecuária, uma das indústrias mais poluentes e que, sem subsídios, tem menos rentabilidade”, considerou.

Por isso, adiantou o candidato do PAN ao Parlamento Europeu, “a Política Agrícola Comum deve ser transformada numa Política Alimentar Comum, que privilegie a sustentabilidade e as boas práticas” e deve haver “esta reconversão da indústria pecuária”.

Esta reconversão visa “passar para uma indústria mais de proteína vegetal”, mas tem de o fazer apoiando “os pequenos e os médios agricultores, porque esses serão fundamentais para a transição para a economia verde”, afirmou.

Por outro lado, Pedro Fidalgo Marques defendeu que a União Europeia deve acelerar o processo de abolição de testes de produtos em animais vivos, lembrando que, no que se refere aos cosméticos, a prática está praticamente a terminar.

“Temos de ir muito mais longe, temos de acabar com todos os testes em animais vivos”, disse, exemplificando com o caso dos detergentes.

“As pessoas, às vezes, não têm noção de que mesmo os detergentes da roupa ou de lavar o chão continuam a ser testados em animais” para ver as reações adversas.

“Nós vemos na nossa pele como é que os produtos reagem, faz sentido estarmos a testar isso nos animais e estarmos a colocar os animais nesse sofrimento para testar produtos industriais?”, questionou, sublinhando que “há outras formas de o fazer e a União Europeia tem o dever, tal como tem feito para os cosméticos, de não impor esse sofrimento aos animais”.

O Dia Nacional Pelos Direitos dos Animais foi assinalado por vários ativistas, que fizeram uma marcha entre o Rossio e a Praça do Comércio, em Lisboa, empunhando cartazes e transportando, em silêncio deliberado, almofadas onde repousavam animais mortos junto de flores.

No final da marcha, que contou com a presença do cabeça-de-lista do PAN e da porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, foi assinada uma Declaração Pelos Direitos dos Animais, para “homenagear os animais vítimas de exploração humana e celebrar a causa animal”.

Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 09 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.