O PAN Madeira garantiu hoje que vai manter o acordo de incidência parlamentar com o PSD, depois de Miguel Albuquerque ter anunciado que abandona o cargo, e considerou ser “extremamente perigoso” avançar para eleições antecipadas.

“A prioridade, neste momento, é garantirmos uma estabilidade parlamentar e governativa e é isso que o PAN tem tido sempre assente na tomada e na ponderação de toda a gestão desta situação”, defendeu a deputada única do partido, Mónica Freitas, em conferência de imprensa no Funchal.

Na quinta-feira, o PAN Madeira considerou que Miguel Albuquerque já não tinha condições para se manter no cargo, indicando que apenas continuaria a viabilizar o acordo de incidência parlamentar se fosse indigitado um novo líder para o executivo. O acordo permite à coligação PSD/CDS ter maioria absoluta no parlamento regional.

“Considero que, neste momento, atendendo à instabilidade política que se vive em todo o país, é fundamental garantir uma estabilidade governativa, ao contrário do que outros partidos andam a tentar passar a mensagem”, disse Mónica Freitas, para logo reforçar: “É extremamente perigoso irmos para eleições antecipadas”.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes. O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro na Madeira e em várias cidades do continente.

O presidente do governo regional começou por afirmar publicamente que não se demite, admitindo o levantamento da imunidade que goza como elemento do Conselho de Estado.

Além do Chega, também o PS Madeira vai apresentar uma moção de censura. O PAN, que celebrou um acordo de incidência parlamentar com o PSD e o CDS para assegurar a maioria absoluta, admite não votar a favor das moções, se Miguel Albuquerque renunciar à liderança do executivo regional.