O PS acusa o Governo de provocar os socialistas com um “comunicado inaceitável” sobre o processo negocial do Orçamento do Estado para 2025 e de querer criar uma “indesejável instabilidade política”, rejeitando alimentar “discussões infantis e estéreis”.
“O secretário-geral do Partido Socialista lamenta o comunicado incompreensível e inaceitável enviado pelo primeiro-ministro relativamente ao processo negocial do Orçamento do Estado para 2025. Trata-se de uma provocação e é uma atitude difícil de entender no quadro de boa-fé negocial e do sentido de Estado que se exige de todos os intervenientes”, lê-se num comunicado do partido.
Esta posição dos socialistas surgiu depois de Luís Montenegro ter afirmado que está, desde dia 4 de setembro, a tentar marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025, alegando que tal não aconteceu até agora devido “à indisponibilidade recorrente” do secretário-geral socialista, encontro que entretanto ficou agendado para a próxima sexta-feira, às 15h00.
Na ótica dos socialistas, “o único objetivo deste tipo de comunicação só pode ser o de desviar a atenção dos outros temas que estão a marcar a atualidade – como os incêndios que assolaram o país na semana passada –, e de criar indesejável instabilidade política”.
“O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver. Era nisso que um Governo adulto e responsável deveria estar concentrado neste momento”, criticam.
Os socialistas referem que têm “sempre mantido total discrição” sobre o processo negocial, mesmo quando confrontados “com várias fugas de informação deturpada para a imprensa, que só servem para alimentar especulação e erodir a confiança necessária para que este processo negocial seja levado a bom porto”.
“A bem da transparência, e porque importa repor a verdade”, os socialistas escrevem que “o Governo sugeriu a realização de reuniões em dois momentos entre o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, reuniões que não tiveram lugar”.
“Da primeira vez, a reunião não aconteceu porque não haviam sido enviados a tempo os dados sobre as contas públicas exigidos pelo secretário-geral do PS para se iniciar o processo negocial. Da segunda vez, na passada quarta-feira, o Governo recuou na marcação da reunião quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio”, escrevem.
Na passada sexta-feira, de acordo com o PS, “os dois gabinetes tentaram encontrar uma data para a reunião, condicionada pela ida do secretário-geral do PS aos territórios afetados pelos incêndios no dia 23 e 24 de setembro e pela viagem do primeiro-ministro”.
“O PS propôs a data de 27 de setembro na passada sexta-feira, tendo o Governo já esta noite aceitado a data e proposto o horário das 15h00, que o PS aceitou”, lê-se no texto.