Miguel Albuquerque, presidente do governo regional da Madeira, não resistiu às pressões e vai renunciar ao cargo depois de ter sido constituído arguido por suspeitas de corrupção. O líder do executivo madeirense foi rejeitando demitir-se na sequência do caso que o envolve a si, mas também ao presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, mas acabou por ser encurralado pelo PAN, partido que suporta o governo regional, e que agora lhe retirou a confiança política.

A decisão de Miguel Albuquerque foi abordada na reunião desta manhã com o líder parlamentar. Ao que o NOVO apurou junto de fonte do PSD/Madeira, os sociais-democratas preparam-se para indicar ao Presidente da República um novo nome. Se o substituto escolhido não tiver o aval de Marcelo, e num cenário de eleições antecipadas, Miguel Albuquerque será novamente candidato. Sendo esse o caminho escolhido, as eleições na Madeira só poderão acontecer seis meses depois da tomada de posse da Assembleia Legislativa, que aconteceu a 11 de outubro do ano passado.

O Expresso avança que o chefe de Estado aceitará um governo sem Albuquerque desde que o seu substituto não tenha exercido funções executivas nos últimos anos. E também não pode ser alguém com relações com os grupos económicos em investigação.

O PSD vai reunir de urgência a Comissão Política na tarde desta sexta-feira, pelas 17 horas, para escolher um nome para substituir Albuquerque. Ao que o NOVO apurou, uma das soluções em cima da mesa pode passar pelo Tranquada Gomes, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira entre 2015 e 2019.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido na quarta-feira na sequência de suspeitas de corrupção numa investigação que levou à detenção do presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e de dois gestores do grupo de construção AFA. Albuquerque tem recusado demitir-se e anunciou que vai pedir o levantamento da imunidade para se “defender” das suspeitas de que é alvo.

A Polícia Judiciária realizou na Madeira e em vários locais do continente cerca de 130 buscas, numa investigação por suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.