O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado, 5 de outubro, que a chegada de imigrantes de diferentes religiões a Portugal criou um “mosaico riquíssimo” e defendeu que o país deve ser tolerante e plural.

Marcelo Rebelo de Sousa interveio na sessão solene comemorativa do 114.º aniversário da Implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa, numa cerimónia a que assistiram apenas convidados, fechada ao público, que não podia aceder à Praça do Município, em Lisboa.

Falou dos portugueses que emigraram neste século e também dos imigrantes, “falantes e não falantes de língua portuguesa”, que chegaram ao país.

“Tudo hoje perfazendo 11 milhões vivendo cá dentro, e mais do que esses 11 milhões nacionais e lusodescendentes vivendo lá fora. E, nos que vivem cá dentro, um milhão de não nacionais, neles claramente dominando os lusófonos”, referiu.

Rebelo de Sousa acrescentou que “República e democracia viram como, ao lado do catolicismo, avultaram outras importantes confissões cristãs, em rápida subida, e também outros numerosos credos e igrejas e não crentes”, e comentou: “Mosaico riquíssimo, bem diferente de alguns dos nossos vizinhos europeus”.

Na parte final do seu discurso, o Presidente da República defendeu os valores da liberdade, pluralismo e tolerância: “Viver com liberdade é muito melhor do que viver com repressão. Pluralismo é muito melhor do que verdade única. Tolerância e universalismo é muito melhor do que aversão ao diferente e fechamento. A mais imperfeita democracia é muito melhor do que a mais tentadora ditadura”.

“Democracia está viva”

Antes, defendeu que “a democracia está viva”, embora não seja “perfeita nem acabada”, mas avisou que tem de ser “mais livre, mais igual, mais justa, mais solidária”.

No início da sua intervenção, o chefe de Estado afirmou que “o 5 de Outubro está vivo, porque a República está viva, a democracia está viva em Portugal”, acrescentando mais à frente que “não é perfeita nem acabada, longe disso”.

“A mais imperfeita democracia é muito melhor do que a mais tentadora ditadura. Por isso vale a pena aqui virmos todos os anos, até para dizermos que queremos que a nossa República democrática seja mais livre, mais igual, mais justa, mais solidária, para o bem de Portugal, que é o que nos une agora e sempre”, defendeu, no fim do seu discurso.