O PS e o JPP estão determinados a virar a longa página de governação do PSD na Madeira e, nesse sentido, anunciaram em conferência de imprensa que vão apresentar ao representante da República na Madeira “uma solução de governo conjunta”. .

Paulo Cafôfo, líder do PS/Madeira, falou de um “compromisso alcançado” com o JPP que envolve “não viabilizar qualquer solução governativa apresentada pelo PSD”. “Decidimos avançar com uma declaração de princípios para encetar contactos com partidos à exceção do PSD Madeira para obter apoio parlamentar robusto, solução governativa e tomar posse na Assembleia Legislativa da Madeira”, disse o socialista.

Como os dois partidos juntos têm 20 deputados (11-PS, 9-JPP) e precisam de mais quatro para conseguirem uma maioria, há a necessidade de entrar em negociações com as restantes forças partidárias que elegeram deputados. Falamos do Chega (4), do CDS (1), da IL (1) e do PAN (1).

“Apelamos à responsabilidade de todos os partidos para matérias fundamentais para nós como solidariedade, combate à corrupção, criação de emprego, inovação, cultura e sustentabilidade ambiental. É para os madeirenses e porto-santenses que vamos governar, não podemos desperdiçar esta possibilidade”, acentuou Cafôfo.

“O objetivo é começar um novo ciclo político na Madeira, dissemos à população que estamos preparados para governar. Outros partidos têm criticado a hegemonia e as falhas do PSD Madeira, não vejam isto como um ato só de nós dois”, salientou Élvio Sousa num claro piscar de olho às outras forças políticas.

Recorde-se que no domingo, 26 de maio, o PSD de Miguel Albuquerque (presidente do executivo madeirense desde 2015) voltou a vencer as legislativas regionais e elegeu 19 deputados, afirmando-se disponível para assegurar um “governo de estabilidade”, mas o PS considerou haver margem para construir uma alternativa.

A direita – PSD, Chega, CDS e IL – consegue somar 26 lugares, a que se poderia juntar ainda o do PAN, mas os partidos declararam ter reservas sobre entendimentos com os sociais-democratas devido à liderança de Miguel Albuquerque.