A CDU (PCP/PEV) mantém o mistério sobre qual será a sua política de acordos pós-eleitorais, pelo menos até à noite eleitoral de 26 de maio, na Região Autónoma da Madeira. O líder da força partidária e cabeça-de-lista às eleições regionais deste domingo, Edgar Silva, afirma, ao Económico Madeira, que falar de possíveis acordos antes de serem conhecidos os resultados eleitorais é uma operação de “entretenimento”.

O candidato da CDU considerou que “não faz sentido” estar a falar de possíveis acordos numa fase em que não se conhecem os resultados eleitorais, quando questionado sobre se a força partidária estaria disponível para viabilizar acordos à esquerda. Para Edgar Silva, é necessário existirem dados concretos e, nesta fase, estar a falar de possíveis acordos “são simulações” e “entretenimento”.

Edgar Silva considera que o que faz sentido nesta altura é “mobilizar o eleitorado para o voto” e que tudo o resto só faz sentido depois de conhecidos os resultados eleitorais.

Recorde-se que a CDU foi uma força partidária que ficou de fora da coligação pré-eleitoral que foi feita nas eleições regionais da Madeira que se realizaram em 2015 e que juntou PS, PTP, PAN e MPT, tendo como cabeça-de-lista Victor Freitas, e que elegeu seis deputados à Assembleia Legislativa da Madeira. A CDU ficou também de fora da coligação pré-eleitoral que acabou por vencer as eleições autárquicas no Funchal, em 2013, constituída por PS, Bloco de Esquerda (BE), PND, MPT, PTP e PAN, numa lista que foi encabeçada por Paulo Cafôfo.

A CDU não integrou também a coligação pré-eleitoral feita nas autárquicas de 2017, com PS, BE, JPP, PDR e Nós Cidadãos (NC), que acabou por vencer com maioria absoluta na vereação da autarquia, numa lista liderada por Paulo Cafôfo.

Edgar Silva diz que o objetivo da CDU para as eleições regionais da Madeira passa por obter mais votos e mais eleitos face aos resultados de 24 de setembro de 2023. Em termos práticos, isso iria traduzir-se na obtenção de pelo menos 3.678 votos e dois deputados.

O candidato da CDU sublinha que o compromisso único da força partidária é com aqueles que têm “fome e sede” de justiça e que, através da eleição de representantes à Assembleia Legislativa da Madeira, garanta que estas “justas reivindicações” sentidas pelas populações estarão no “centro da agenda política” e que as questões da justiça social e do combate às desigualdades são “prioridade maior” da ação, intervenção e das propostas apresentadas pela força partidária no parlamento regional.

“Sairemos deste ato eleitoral com a força que o povo nos der. Mas não sabemos qual vai ser. Está tudo em aberto”, reforça o candidato da CDU.