Vários chefes de Estado e líderes políticos de esquerda expressaram satisfação pela libertação de Julian Assange, depois de o fundador da WikiLeaks ter assinado um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, foi um dos primeiros líderes a reagir à notícia: “Congratulo-me com a libertação de Julian Assange da prisão. Pelo menos neste caso, a Estátua da Liberdade não é um símbolo vazio; está viva e feliz.”
López Obrador referia-se com esta mensagem à declaração de fevereiro, quando sugeriu que os Estados Unidos “transferissem” a Estátua da Liberdade de Nova Iorque para o México, onde “há liberdade”, devido ao caso do fundador da WikiLeaks.
Claudia Sheinbaum, presidente eleita do México e ex-chefe de governo da capital federal, recordou que em fevereiro entregou as chaves da cidade à família de Julian Assange.
“A longa e cruel punição que lhe foi imposta pelas suas denúncias de crimes vai permanecer na memória do povo como prova de quão pouco os carcereiros acreditam na liberdade de imprensa”, disse hoje o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também saudou a libertação de Assange, que descreveu como um “exemplo de coragem e bravura na batalha pela verdade”. O chefe de Estado da Colômbia, Gustavo Petro, felicitou Julian Assange, sublinhando o papel do fundador da WikiLeaks na denúncia do “massacre de civis” no Iraque. Também o antigo presidente boliviano Evo Morales se manifestou no mesmo sentido.
Na Austrália, o primeiro-ministro, Anthony Albanese, congratulou-se com a libertação de Julian Assange, que é cidadão australiano.
“Não há nada a ganhar com a prisão dele e queremos que regresse à Austrália”, disse Albanese numa sessão de supervisão parlamentar em Camberra, referindo-se ao ativista de 52 anos.
O antigo líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn, numa mensagem concisa, sublinhou que “Julian Assange é livre” considerando que “expôs os crimes dos poderosos”.
As reações surgem poucas horas depois de a WikiLeaks ter anunciado que Assange deixou a prisão britânica de alta segurança onde se encontrava detido e deixou o Reino Unido com o objetivo de regressar à Austrália.
“Julian Assange está livre. Saiu da prisão de segurança máxima de Belmarsh [no Reino Unido] na manhã de 24 de junho, depois de lá ter passado 1.901 dias”, declarou a WikiLeaks nas redes sociais.
JULIAN ASSANGE IS FREE
— WikiLeaks (@wikileaks) June 24, 2024
Julian Assange is free. He left Belmarsh maximum security prison on the morning of 24 June, after having spent 1901 days there. He was granted bail by the High Court in London and was released at Stansted airport during the afternoon, where he boarded a…
Assange vai comparecer, na quarta-feira, num tribunal das Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico, para finalizar um acordo de confissão de culpa alcançado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O sistema judicial norte-americano acusou Assange de 18 crimes de violação da Lei de Espionagem por causa de uma das maiores fugas de informação secreta na história dos Estados Unidos, em 2010, que revelou segredos das guerras no Iraque e no Afeganistão, bem como dados sobre os detidos na base da Baía de Guantánamo, entre outros.