Um grupo de representantes do Chega foi recebido com insultos na manifestação da habitação a decorrer, na tarde deste sábado, em Lisboa. O grupo acabou por ser aconselhado pelas autoridades a afastar-se, por não ser possível garantir a sua segurança.
“Racistas, fascistas, não passarão”, ouviu-se no protesto quando os manifestantes se aperceberam da presença dos deputados Rui Paulo Sousa, Filipe Melo e Jorge Galveias.
Os manifestantes juntaram-se em torno dos deputados, o que levou a equipa de intervenção rápida da PSP a rodear os parlamentares, que após alguns minutos acabaram por ser escoltados para fora do local da manifestação.
“Estamos a a ser agredidos em plena manifestação”, queixaram-se. “Estamos num país livre. Se acham que somos fascistas é um problema deles”, acrescentou Rui Paulo Sousa.
Representantes de outros partidos marcam presença na manifestação de Lisboa, uma das que acontecem este sábado um pouco por todo o país. O protesto, em que participam milhares de pessoas, é organizado por movimentos não partidários, que visam pedir ao Governo que assuma medidas que evitem subidas de preços das casas.
Ainda assim houve outro incidente, pois uma imobiliária foi alvo de vandalismo, noticiou a SIC Notícias.
Os protestos começaram de manhã no Barreiro, Beja, Évora, Portalegre e Tavira. Da parte da tarde, além de Lisboa, há manifestações no Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.
No Porto, pelo menos oito mil pessoas ocuparam, segundo a PSP, toda a extensão da rua de Santa Catarina, manifestando-se pelo direito à habitação enquanto os turistas observavam a marcha.
Palavras de ordem como “Paz, Pão, Saúde, Habitação”, “A Habitação é um direito, sem ela nada feito”, “A casa é para morar, não é para especular”, “Para os bancos vão milhões, para nós vêm tostões”, “Nem gente sem casa, nem casa sem gente” foram das mais entoadas pelos milhares de manifestantes.