O Ministério do Interior e da Ordem Pública da Guiné-Bissau anunciou, a 15 de janeiro, a proibição de realização de manifestações e comícios, por tempo indeterminado, considerando que não estão reunidas “as condições do ponto de vista da segurança para a realização de qualquer evento público desta natureza”, segundo o anúncio feito pelo comissário nacional da Polícia da Ordem Pública, Salvador Soares. Três dias depois, a determinação foi utilizada quando a polícia impediu a realização de uma manifestação convocada pela Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, a segunda convocada este mês – a primeira fora marcada para dia 8 –, para contestar a decisão do presidente da República de dissolver o parlamento. Das duas vezes, a polícia marcou presença em diversos pontos da capital guineense, desde as primeiras horas da manhã, instalando cordões de segurança para impedir a passagem de manifestantes.

Umaro Sissoco Embaló dissolveu a Assembleia Nacional Popular (ANP) a 4 de dezembro, na sequência de um confronto armado entre a guarda da Presidência e a Guarda Nacional, que rotulou de tentativa de golpe de Estado. Isto aconteceu apenas cinco meses depois das eleições legislativas que a coligação PAI – Terra Ranka venceu com maioria absoluta e, na sequência da dissolução, o governo foi também demitido e empossado um novo, de iniciativa presidencial. O novo primeiro-ministro é Rui Duarte de Barros, antigo ministro da Economia, que era o atual presidente do conselho de administração da ANP e que foi eleito nas listas do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que, no entanto, não reconhece o governo.

 

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