O presidente do parlamento dos Açores, Luís Garcia, defendeu esta segunda-feira que o governo regional, a maioria e oposição têm de ser “capazes de dialogar” e “colocar os interesses” da região acima de tudo.

“Uma autonomia que celebra em 2026 o seu cinquentenário tem de demonstrar maturidade e capacidade para lidar com novas realidades, saídas de eleições democráticas. Governos, maiorias e oposições, têm de ser capazes de dialogar e de colocar os interesses dos Açores e dos açorianos acima de tudo”, afirmou.

O presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores intervinha na cerimónia de tomada de posse do novo governo regional. Afirmando que, “em democracia, o povo é soberano”, Luís Garcia salvaguardou ser “essencial que todos os eleitos a tenham presente na leitura e interpretação dos resultados eleitorais”.

Açores e açorianos têm de estar “acima de tudo”

O responsável máximo do parlamento dos Açores apontou que, durante o percurso autonómico, as soluções governativas “foram, na sua maior parte, construídas com base em maiorias absolutas”, mas, “todavia, com a diversidade partidária atual, que tudo indica ter vindo para ficar, há que estar preparados para outros cenários”.

Nesse sentido, defendeu que os interesses dos Açores e dos açorianos têm de estar “acima de tudo” e que os atores políticos têm de ter capacidade de diálogo.

Luís Garcia citou ainda a intervenção do Presidente da República em 1996, Jorge Sampaio, no parlamento dos Açores, no início de uma legislatura sem maioria absoluta, quando referiu que “a estabilidade política é no diálogo e na procura constante de consensos (…) que deve encontrar o seu principal esteio”.

Citou também Carlos César, que na altura assumiu a presidência do primeiro governo dos Açores socialista, quando afirmou que “a situação peculiar que agora se vive nesta Assembleia, face à necessidade de preservar a estabilidade governativa, sendo nova e complexa, não é indesejável nem inultrapassável”.

“E continuou: ‘nenhum partido está isento da sua corresponsabilidade no processo político que agora se inicia’”, citou Luís Garcia.