É mais um apoio de peso que se junta à candidatura de José Luís Carneiro à liderança do PS, numa sucessão a António Costa que conta já também com Pedro Nuno Santos como candidato. Mas se este optou por juntar na mesma sala os seus nomes fortes de uma só vez, quando comunicou o mais do que óbvio avanço – precipitado pela anunciada queda do governo e consequente saída de Costa, investigado num processo de corrupção pelo Supremo -, o ainda ministro da Administração Interna foi mais discreto na sua apresentação, mas desde então têm sido os próprios apoiantes de José Luís Carneiro a revelar que estão com a “candidatura dos moderados”. Ou, como o próprio a identifica, “Por todos e para todos”.
Desta vez, é Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde de António Costa nos tempos da geringonça, que assume estar com o também ex-secretário de Estado das Comunidades. Ao NOVO, o também cronista desta publicação – que no sábado regressa às páginas de Opinião do jornal NOVO – é claro quanto à sua posição. “Com toda a clareza”, está entre os que apoiam José Luís Carneiro, uma lista que conta já com outros antigos governantes e figuras de topo do partido como Jorge Lacão (Assuntos Parlamentares), Luís Capoulas Santos (Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas), António Lacerda Sales (Saúde), Carlos Zorrinho (eurodeputado), Constança Urbano de Sousa (MAI) ou Maria da Luz Rosinha (histórica autarca de Vila Franca de Xira).
“Pedro Nuno Santos, como qualquer outro militante com qualidades e prestígio dentro do partido, terá possibilidade de ganhar o PS. Mas tenho dúvidas se um PS posicionado muito à esquerda ganharia o país”, disse ao NOVO Adalberto Campos Fernandes. Em entrevista, assumiu ainda que, com Pedro Nuno, havia o risco de o PS “se descaracterizar”.
“O PS sempre foi o partido que congregou os moderados: trabalhadores, pequenos empresários, funcionários públicos, intelectuais. E muitas dessas pessoas querem um país justo, solidário, coeso, tranquilo, sereno, desenvolvido, mas situam-se num espetro de centro-esquerda, onde se confunde social-democracia e socialismo democrático. O PS e António Costa têm feito, com algum sucesso, o exercício de sedução de um eleitorado mais central, criando muitas dificuldades ao PSD. Imagine este orçamento se o PS precisasse do apoio dos partidos à esquerda… “, comentou então.
Leia aqui a entrevista de Adalberto Campos Fernandes ao NOVO