O secretário-adjunto interino norte-americano para Assuntos Políticos, John Bass, lamentou a falta de “progressos” da Geórgia no cumprimento das obrigações de adesão à NATO, considerando “muito perturbadores” os últimos meses do governo.
De acordo com Bass, a Geórgia irá tornar-se membro da NATO quando “os aliados avaliarem que o país está preparado para cumprir as obrigações decorrentes da adesão, incluindo a defesa dos princípios fundamentais da governação democrática, incluindo o princípio fundamental de que as pessoas são livres para escolher seus próprios líderes”.
Num briefing de antecipação da próxima Cimeira da NATO, que decorrerá de 9 a 11 de julho em Washington e onde se assinalarão os 75 anos da Aliança, John Bass afirmou que, desde que foi embaixador na Geórgia, “não foram observados progressos no país em relação ao cumprimento dos objetivos” de adesão à organização.
Bass considerou ainda “profundamente perturbador” ver o partido no poder, Sonho Georgiano, “a desgastar agora os alicerces da governação democrática na sociedade”.
“É profundamente perturbador e triste ver as aspirações e sonhos de uma sociedade inteira tornarem-se reféns das queixas de um indivíduo: Bidzina Ivanishvili”, acrescentou na conferência de imprensa acompanhada pela Lusa na noite de segunda-feira, referindo-se ao milionário considerado o líder paralelo da Geórgia.
Primeiro-ministro de 2012 a 2013 e hoje presidente honorário do Sonho Georgiano, Ivanishvili é suspeito de proximidade com a Rússia, país onde fez fortuna.
Embora alegue querer trazer a Geórgia para a União Europeia, fez recentemente declarações hostis em relação ao Ocidente e vê as organizações não-governamentais como um inimigo interno, num país que terá eleições legislativas em outubro.
A Geórgia, uma antiga república soviética, formalizou o pedido de adesão à União Europeia em março de 2022, pouco depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia. Antes da invasão de 22 de fevereiro, a Rússia exigiu garantias por tratado de que a Ucrânia e a Geórgia nunca se tornariam membros da NATO. A NATO recusou dar tais garantias e reafirmou a política de “portas abertas” da aliança de defesa ocidental.