A próxima semana será intensa para as negociações do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) com vista à formação de governo, especialmente com os partidos independentistas catalães, mas a ideia generalizada é que estará próximo um acordo, muito antes da data-limite de 27 de novembro prevista na lei para que seja aprovada uma solução que evite novas eleições.
O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, depende, em primeiro lugar, do Sumar, de Yolanda Díaz, que é ministra do Trabalho do atual executivo de gestão liderado por Sánchez, mas que dramatizou a relação logo após a nova ronda de audições com o rei Filipe VI, avisando que um acordo entre PSOE e a plataforma de esquerda está “longe” e que pretende “ampliar direitos”, enquanto os socialistas só se mostram disponíveis para os “consolidar”.
Depois, terá de contar com os votos favoráveis dos independentistas catalães do Junts por Catalunha (JxCat) e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que têm sete deputados cada um, e que fazem depender o seu apoio de uma amnistia para os envolvidos na declaração unilateral de independência da Catalunha, em 2017, e da realização de um referendo pela autonomia da região. E é aqui que a semana, e as alianças, se começam a definir, porque na terça-feira o Sumar apresentará em Barcelona o parecer de um grupo de juristas sobre uma possível amnistia. Sánchez afirma que uma amnistia “não é a posição do PSOE”, mas o partido já se dispôs a enviar um alto dirigente a Bruxelas para se encontrar com Carles Puigdemont, o líder de facto do JxCat, quando as negociações estivessem mais avanças. Entretanto, o JxCat já se comprometeu a fazer uma “análise detalhada” o parecer e a comunicar as suas conclusões o mais “imediatamente possível”.
A semana começará, no entanto, com um encontro entre Sánchez e o presidente do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, da qual não se esperam resultados, depois deste ter afirmado que votaria contra a investidura do secretário-geral do PSOE como presidente do Governo de Espanha.