O presidente da IL considerou esta quinta-feira que Marta Temido, por ter sido ministra da Saúde, não pode alhear-se do caso das gémeas e afirmou que era um “dia complicado” para o PS.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República sobre a constituição como arguido do ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, Rui Rocha defendeu que a candidata socialista às europeias, Marta Temido, não pode alhear-se deste caso por ter sido responsável pelo “ministério onde eventualmente aconteceram este tipo de procedimentos de favorecimento”.

“Queremos perceber se, de facto, este tipo de atitudes e de atuações de favorecimento, que parece estar aqui em causa, aconteceu só neste caso, por influência de quem, se era uma prática recorrente no ministério e, obviamente, o responsável máximo do ministério não pode estar fora dessa avaliação política”, criticou.

Rui Rocha afirmou não estar preocupado com a proximidade destas diligências com a data das próximas eleições, referindo que ficaria preocupado se, pelo contrário, “houvesse diligências judiciais que são necessárias e que não fossem tomadas porque estamos num determinado período”.

“Quero é que a justiça funcione, que funcione como muitos defenderam ao longo do tempo, no tempo da justiça, e, portanto, se estas diligências estavam previstas, eram necessárias, eu não faço nenhuma leitura disso”, defendeu o liberal.

“Um dia complicado” para os socialistas

Sobre a condenação do ex-ministro da Economia Manuel Pinho e do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado, Rui Rocha sublinhou que este é mais um momento com “a justiça a funcionar” e que é preciso refletir sobre como agilizar estes processos para não haver “uma justiça que funciona para uns e funciona tarde demais ou muito tarde para outros”.

O líder liberal atirou ainda no sentido do PS referindo que este é “um dia complicado” para os socialistas, que “têm um ex-secretário de Estado a ser constituído arguido e objeto de buscas” e um ex-ministro e Ricardo Salgado que, argumentou, teve a “complacência do poder político socialista”.

“É um dia difícil para o Partido Socialista, mas é o que é, é a vida, e estas coisas evitam-se, não se lamentam”, concluiu.