Estamos na última semana de campanha para as eleições legislativas de 2024, um momento crucial para o futuro de Portugal. Convocadas pelo Presidente da República após a dissolução da Assembleia da República, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro António Costa, estas eleições marcam um ponto de viragem na política e no futuro do país.

Costa, embora detentor de uma maioria absoluta, liderou um governo que desmoronou como um castelo de cartas, vítima da incompetência, da falta de visão transformadora e de um projeto agregador e transformador para o país.

A questão das buscas e do dinheiro no Palácio de São Bento é uma nódoa na nossa democracia e no historial de António Costa, mas também é verdade que o PS já nos habituou a tal. Sócrates ainda é uma questão presente e sobre a qual o PS nunca pediu desculpas e nunca se explicou ao país. E verdade seja dita, acredito até que mesmo internamente a questão nunca terá sido analisada e devidamente esclarecida. Mas para o PS isso pouco importa, importa é manter o poder e a máquina a funcionar.

Logo, a questão da detenção do ex-melhor amigo e do chefe de gabinete do primeiro-ministro, apesar de serem apenas a cereja podre no topo de um bolo já velho e sem sabor, não foram o verdadeiro motivo da saída de Costa, digam o que disser a comunicação social e os comentadores do apparatchik socialista. O ainda primeiro-ministro pediu para sair porque se viu sem rumo e sem capacidade para implementar mudanças, levar Portugal por um caminho diferente e viu-se obviamente sozinho num PS velho e sem rasgo nem ideias.

Após a sua demissão, o Partido Socialista em ato contínuo e numa veia demagógica inflada por uma ideia de Sebastianismo, elegeu como líder um dos ministros mais incompetentes que Portugal já teve. Pedro Nuno Santos, sempre desautorizado por Costa enquanto ministro, revelou-se incapaz na habitação, na ferrovia, nas infraestruturas, e foi alvo de escândalos como a polémica autorização de uma indemnização de 500 mil euros à ex-CEO da TAP. Já para não relembrar que, tendo sido secretário de Estado e ministro nestes anos de Costa, fala e tem um comportamento de alheamento das responsabilidades e ainda teve a coragem ou a falta de noção de perguntar num dos debates: “Afinal, o que não funciona?”.

Pedro Nuno Santos, o homem que se tentou fazer passar por um desgraçado neto de sapateiro, está mesmo muito longe de ser o visionário que muitos apregoavam, revelou-se fraco, sem ideias e incapaz de liderar o país. Representa o pior da política nacional. Representa o PS mais à esquerda, mas também aquele PS ligado à máquina do Estado de onde não quer sair. Representa um PS cheio de vícios sem nada para oferecer ao país a não ser mais do mesmo. O PS que Pedro Nuno Santos nos apresenta é um PS cheio de gente requentada de Guterres, Sócrates e Costa. Não há nada de novo e até os “jovens turcos” estão desfalcados, já que Galamba ficou pelo caminho.  Mas o que mais impressionou foi ver o PS moderado que tinha o cunho de Soares vergar-se perante PNS na procura de única e exclusivamente manter os lugares e o poder. Nas palavras de António Costa, todo este PS é muito poucochinho.

Com os oito anos de PS no poder, Portugal encontra-se agora estagnado e deficitário, após uma governação um tanto caótica, ao sabor da maré e sem um fio condutor de um projeto que nunca existiu. António Costa ficará na história política como um primeiro-ministro que, embora bom politicamente, não foi capaz de deixar obra ou um legado. Foram oito anos de mera gestão da coisa corrente, tal como uma governanta que administra a casa do patrão. António Costa deixa um país pior do que encontrou.

E é por tudo isto que é chegado o momento de parar com a politiquice barata e os discursos de circunstância. É para mim o momento de, talvez da forma alemã e frontal que me é inata, sermos francos e objetivos connosco e com o nosso país, aliás exercício que sugiro os portugueses fazerem.

Portugal não pode suportar outro ciclo do PS, nem uma coligação negativa com uma esquerda radicalizada a morrer e desligada da nossa realidade Europeia e Atlântica. As propostas desta esquerda não são o motor de mudança que o país precisa, nem sequer têm a capacidade de galvanizar os portugueses atrás do seu projeto. Aliás, tirando meia dúzia de clichês, umas cassetes que repetem sem fim e as “histórias mal amanhadas” de Mariana Mortágua sobre a avó e o pai, nem BE e muito menos o moribundo PCP têm algo de moderno e transformador para oferecer.

As reformas estruturais urgentes, nas áreas da justiça, segurança social, SNS, habitação, infraestruturas, ferrovia, fiscalidade e políticas para os jovens, ficaram por fazer durante o governo socialista, após oito anos de geringonça e de maioria absoluta, ficando a pergunta: Afinal de que mais precisa a esquerda para trabalhar, para construir, para realizar seja o que for?

É neste contexto que o discurso de Luís Montenegro, líder da AD, ganha relevância e uma importância que à primeira vista poderia não ter, mas tem. O líder da AD tem mesmo imensa razão no que diz, olhar para trás não é capaz de resolver nada nem mudar seja o que for na vida dos portugueses. Já todos sabemos o que está mal no país e sabemos por culpa de quem. E a partir daí é só olhando em frente, para o futuro e para onde queremos chegar, que poderemos alcançar o país que todos desejamos.

Montenegro tem dito: Chega de olhar para trás, é hora de olhar em frente para um futuro melhor para todos os portugueses.

E aqui chegamos. Portugal está numa encruzilhada, e é preciso tomar uma decisão séria e sem estados de alma. Votar apenas por protesto não trará as mudanças necessárias. Votar no Chega ou na Iniciativa Liberal é desperdiçar votos e enfraquecer a única força política capaz de vencer as eleições e formar um governo estável: a Aliança Democrática.

Montenegro precisa de governar com estabilidade e confiança, concentrando-se no futuro de Portugal. A AD tem de ter uma base parlamentar sólida e maioritária capaz de responder aos desafios a que se propôs e com força e dinâmica suficientes, para junto com o governo, ser um veio de transformação, construção e desenvolvimento. Perder tempo em discussões sem fim, negociações que apenas visam bloquear ou em propostas sem substância ou impossíveis de realizar são um empecilho para o caminho de crescimento que a AD quer trilhar e que ofereceu a Portugal.

E assim, votar na Aliança Democrática é apostar numa verdadeira alternativa para Portugal. É acreditar que o país pode ser mais do que aquilo que o PS imagina e nos deixa imaginar. É entender que o nosso futuro está nas nossas mãos, e não nas mãos de um partido desgastado e sem visão de futuro.

Ou seja, esqueçam os discursos vazios de Ventura e as ideias ultraliberais da bolha da IL. É hora de olhar para o futuro com alegria e esperança. O voto de oportunidade de que Portugal precisa está nas mãos de cada um de nós, e esse voto chama-se Aliança Democrática. Tudo o mais não servirá para permitir um melhor amanhã e será apenas permitir que o PS fique onde está.

Francisco Mendes da Silva, no seu último artigo no Jornal Público, deixou a matéria muito clara: Quem insistir em votar no CH poderá acordar no dia 11 de março com PNS como primeiro-ministro de Portugal. Portanto, cabe a cada um de nós impedir que esse pesadelo possa ser realidade.

Miguel Baumgartner, dirigente nacional do CDS-PP