À direita ouviram-se muitas críticas ao governo e à proposta de Orçamento do Estado, no dia em que se iniciou o debate na especialidade, que se prolonga até 29 de novembro, dia da votação global final.

Do lado do PSD, Hugo Carneiro lamentou o “momento de realidade alternativa” apresentado pelo governo, fazendo um balanço de oito anos de governação e acuando o PS de “empobrecer o país” e de não ter “uma estratégia para o país”, lembrando o aumento da carga fiscal através de impostos indiretos, o fraco investimento público que, desde 2016, ficou com cinco mil milhões de euros por executar.

“Não tiveram nenhuma estratégia de crescimento ou desenvolvimento do país, que levou à saída de jovens quadros, e à degradação dos serviços públicos em escolas e hospitais”, atirou.

O deputado social-democrata considera que os deputados estão a discutir um Orçamento do Estado que “pouco acrescenta ao país”, acusando os socialistas de apresentar alterações, como a retirada do aumento do IUC, “de modo descarado”, já a pensar nas eleições de 10 de março.

“Já não é o governo que manda; é o PS que vai a eleições que manda”, atirou. “Estamos a discutir uma peça que pouco acrescenta ao país. Se aqui estivesse hoje o primeiro-ministro, teria que reconhecer que, afinal, as vacas não têm asas”.

João Cotrim de Figueiredo considerou bizarro haver “mais de 1.200 propostas de alteração para um Orçamento [do Estado] que não vai vigorar no próximo ano”, uma vez que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu adiar a dissolução da Assembleia da República até à aprovação do Orçamento do Estado para permitir a sua entrada em vigor a 1 de janeiro.

Para o deputado da Iniciativa Liberal, a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 foi o “tiro de partida” para as eleições do próximo ano.

Fo lado do Chega, André Ventura disse que “o dia tardou, mas chegou” o terceiro “pântano” do PS, aproveitado o clima de crise política para acusar os socialistas de terem criado, com mais um “escândalo de corrupção”, um “clima de corrupção” e de “degradação das instituições”.

“Se houvesse maior degradação das instituições possível, é João Galamba ali sentado”, atacou o deputado do Chega, apontando para o lugar que o ex-ministro das Infraestruturas ocupa no hemiciclo.

Sobre o Orçamento do Estado, André Ventura defende que deve ser “deitado para o lixo” e que o PS deve ser “varrido” do parlamento nas eleições de 10 de março.