Os sindicatos dos polícias e da GNR voltam a reunir-se com a ministra da Administração Interna esta quinta-feira, naquele que será o terceiro encontro entre estruturas sindicais e tutela. Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia garante que esta é “a última oportunidade” para um consenso em relação ao suplemento de missão.

“Hoje é o dia D. Costuma dizer-se que se dá três oportunidades. Hoje será a terceira oportunidade que nós vamos dar à senhora ministra para resolver um problema que se arrasta já há muitos meses e que precisa de ser resolvido com muita urgência. É preciso trazer tranquilidade para o sector da segurança. Haver insegurança no sector da segurança é algo que certamente ninguém quer”, aponta Armando Ferreira à publicação.

Para o presidente deste sindicato, é impensável que a ministra queira “criar modelos que diferenciam a base de cálculo da atribuição do suplemento de missão”, nomeadamente o fator hierárquico. “Só 2% dos polícias portugueses aceitam receber um suplemento de missão diferenciado pelo posto hierárquico e, nomeadamente, em que os agentes recebem menos, depois recebem menos os chefes e só os oficiais é que recebem mais. Isso, para nós, é algo completamente inadmissível.”

As cinco associações da GNR e os seis sindicatos da PSP ameaçam abandonar as negociações e regressar aos protestos, que pararam mediante as negociações com a tutela, caso o governo não apresente uma proposta que vá ao encontro das expectativas.

Na mesa de negociações, este sindicato vai continuar a apresentar a proposta de 600 euros para o suplemento, considerando um valor “que não tem grande negociação por uma simples razão: já foi atribuído a uma polícia em Portugal [referindo-se à Polícia Judiciária], ou seja, há uma situação em que nós já temos uma qualificação e uma quantificação do que é o suplemento de risco”.

“Receber o valor do suplemento de missão é igual para todos porque o risco é igual para todos”, destaca Armando Ferreira.

Perante um não acordo, o líder do sindicato revelou já ter traçado contactos com grupos parlamentares. “Aqui só há uma solução. Se o governo não quiser resolver, vai ter de ser o parlamento a resolver”, atira.