António Costa reiterou esta segunda-feira, na Alemanha, que está de “consciência absolutamente tranquila”, mas que não está disponível para “exercer cargos públicos”, nem a nível europeu, “enquanto não estiver esclarecido” o inquérito de que é alvo.

Questionado sobre se estará agora disponível para assumir um alto cargo na União Europeia, durante uma cerimónia de celebração dos 50 anos do PS, na localidade alemã de Bad Münstereifel, António costa reafirmou que não está em condições de exercer cargos públicos enquanto prosseguir o inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça que levou à sua demissão.

“A política não é uma carreira, é uma atividade cívica, que se exerce das mais variadas formas. Entendo que a função que eu exercia, enquanto primeiro-ministro, não é compatível com a existência de um juízo de suspeição. E, portanto, enquanto não estiver esclarecido este assunto, acho que não devo exercer cargos públicos, porque é necessário preservar a integridade das instituições, o prestígio das instituições, a confiança que cada um deposita nas instituições”, declarou.

“Cada um rege-se pelos padrões que se rege. Estes são os meus”, completou.

Relativamente à sua sucessão e ao futuro do PS depois da sua saída, o ainda secretário-geral declarou que aquilo que o partido tem de fazer “é focar-se naquilo que são os problemas dos portugueses e a resolução dos problemas dos portugueses”.

“Temos já três candidatos, dois dos quais – José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos – eu conheço bem, trabalhei com eles, tenho muita estima por ambos. E os socialistas escolherão qual será aquele que dará continuidade à liderança do PS”, disse Costa, acrescentando que o PS deve bater-se “por aquilo que é importante, que é ter uma vitória eleitoral no próximo dia 10 de março”.

António Costa disse ainda desejar que “o PS aproveite este momento para fazer um debate profundo, vivo e criativo”, incluindo sobre a “correção de erros que seguramente existiram”, e com vista a “dar nova energia àquilo que de positivo foi feito”.