Paulo Otero antevê uma campanha dura entre PCP e BE contra Pedro Nuno Santos para estancarem a hemorragia no eleitorado e diz que tanto o Chega como o PS têm dilemas: o primeiro, evitar um governo de esquerda; o segundo, não deixar o PSD na mão do Chega.
Corremos o risco de entrar num período de miniciclos?
Podemos, sim, se não existir uma maioria à esquerda com uma nova geringonça e se não houver uma maioria à direita e o Chega não for chamado ou não der apoio. Nestes casos, teremos um governo minoritário e os Orçamentos ficam sujeitos a não passarem.
Mas, à direita, o Chega não fica com o ónus de abrir caminho à esquerda se não viabilizar Orçamentos?
O Chega e o PS têm também um dilema. O Chega, de deixar passar os Orçamentos para não abrir espaço a um governo de esquerda; e o PS, de não deixar o PSD nas mãos do Chega. Pedro Nuno Santos, se ganhar o PS, também ficará com o ónus se deixar em aberto o caminho para o Chega. Se o PS lançar uma moção de censura a um governo minoritário do PSD, o que vai fazer o Chega? Vai juntar-se à esquerda? O Chega e o PS também estão reféns destas situações.
Um governo minoritário pode durar muito tempo?
Depende da oportunidade dos partidos da oposição. Se virem que têm margem para crescer… mas não podemos esquecer que o Parlamento não pode ser dissolvido nos seis meses seguintes à sua constituição e que o Presidente não pode dissolver nos seis últimos meses do seu mandato.
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