O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou esta segunda-feira, 18 de março, que o município não irá aceitar a interrupção da linha do elétrico na marginal ribeirinha, no âmbito da construção da Linha Rubi do metro, “qualquer que seja a consequência”.
“Não vamos aceitar, qualquer que seja a consequência”, afirmou Rui Moreira, durante a reunião do executivo municipal.
O autarca independente, que respondia a uma questão da social-democrata Mariana Macedo sobre os atrasos das obras da Metro do Porto, disse ter tido conhecimento, na semana passada, de que a empresa “não se conforma com a pretensão da câmara da não interrupção da linha do elétrico”.
Segundo Rui Moreira, em causa está a interrupção da linha do elétrico junto ao posto de abastecimento de combustíveis da CEPSA na marginal ribeirinha para a construção de um dos pilares de suporte da nova ponte sobre o rio Douro, a Ponte D. Antónia Ferreira, prevista no projeto da Linha Rubi.
“A frente da obra tem de ser licenciada pela câmara”, observou, reforçando que o município não vai aceitar a interrupção do serviço.
Rui Moreira garantiu que esta “não é uma embirração” do município e disse esperar que a comissão de acompanhamento, criada pela Assembleia Municipal para acompanhar os investimentos da responsabilidade da Metro do Porto e da Infraestruturas de Portugal (IP) com impacto na cidade, verifique isso mesmo.
Criada em 23 de janeiro, essa comissão reúne-se hoje pela primeira vez.
O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Douro, a Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
Em Vila Nova de Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.
A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.