Catarina Salinas e Eduardo Rocha Gonçalves são naturais do Porto e coube-lhes a responsabilidade de inaugurar o palco principal do Primavera Sound Porto, onde mais logo vão atuar os Pulp.

Os Best Youth lançaram Everywhen no início deste ano e têm estado a apresentá-lo um pouco por todo o país e confessaram que o que os mais tem surpreendido nesta digressão é ver que o público já canta as músicas novas, mesmo aquelas que não lançaram como single ou em que não se têm focado assim tanto.

Primeira banda a atuar no palco principal no último dia do Primavera Sound Porto, na vossa cidade… Como foi concerto?
Catarina Salinas (CS): Foi muito bom e, se queres que te diga, ainda não caí muito em mim, porque abrir este palco principal, ainda por cima com este tempo, foi assim uma responsabilidade grande e sentir que o público estava lá connosco, mesmo não sendo um público muito grande, mas estava lá e ficou lá até ao fim, isso para mim diz tudo. Quer dizer que fizemos um bom trabalho, estávamos a curtir, o pessoal curtiu e é isso que tiramos deste festival. É boa onda e muito bem tratados.

O Everywhen saiu há pouco tempo e têm estado a apresentá-lo um pouco por todo o país. Como é que sentem que o público tem recebido este trabalho?
Eduardo Rocha Gonçalves (ERG): É espetacular, porque vemos as pessoas a cantar músicas…
CS: Músicas novas…
ERG: Este álbum temos lançado as músicas aos pouquinhos. Acho que o conceito de um single hoje em dia já não é tanto o conceito de single que era dantes… Umas músicas vão para a rádio, umas são mais conhecidas, por isso temos sempre a sensação de que as músicas mais conhecidas são, previsivelmente, sempre os singles… Mas temos tido uma surpresa incrível, em que estamos nos concertos e estamos a tocar músicas em que nem sequer nos focámos muito e ver o público a cantar as músicas novas tem sido uma surpresa incrível Tem sido espetacular!
CS: Havia pessoal na fila da frente a cantar a Eternal Love
ERG: Uau!
CS: É lindo, é lindo!

Best Youth: “Queremos fazer música até irmos para sete palmos debaixo de terra”

O que gostaram de ver nos dois primeiros dias?
ERG: Ui, Mitsuki!
CS: Mitski no primeiro dia rockou, foi espetacular! No segundo dia… PJ Harvey está no coração forever and ever! The Last Dinner Party, sem tirar nem pôr. Já queria ouvi-las, tinha muita curiosidade há algum tempo e elas cumpriram e mais do que cumpriram com aquilo que estava à espera. Foram assim as principais: PJ, Mistky e The Last Dinner Party.
ERG: Eu estive no festival, em Barcelona, na semana passada, por isso tive oportunidade de ver algumas coisas que iam tocar cá… Vi Justice, já risquei esse da lista e já os tinha visto cá há cinco anos… Curiosamente, o concerto que não consegui ver em Barcelona foi o da Mitski, porque lá também choveu e choveu pior, muito pior do que cá, com trovada… Foi mesmo dramático, tivemos de sair do festival e perdemos o concerto da Mitski, por isso fiquei muito contente de conseguir ver cá e foi uma surpresa mesmo. Conhecia mal a Mitski…
CS: Também eu…
ERG: Conhecia uma ou duas músicas, por isso aquele concerto apanhou-me mesmo de surpresa. Enchei-me mesmo as medidas.
CS: Houve só um concerto que eu gostava de ter visto, mas infelizmente não consegui, mas como a RTP Play providenciou… Vinha no carro e estava a ver o Sami [Samuel Úria]…
ERG: Isso é ilegal, Catarina! Super ilegal!
CS: Não, não, estava estacionada! Estava paradinha, estava paradinha, estava paradinha…
ERG: Samuel Úria, quando leres isto, a Cate recebeu uma multa por tua causa! [risos]
CS: Recebi uma multa à tua pala, Sami, percebes? E estava a adorar. Muito, muito fixe!

E para hoje?
CS: Hoje temos Pulp e The Legendary Tigerman.
ERG: A mesma coisa e apanhar um bocadinho dos The National… Lá está, ouvi os The National a semana passada, também, mas hoje vou aproveitar e se calhar ver de mais pertinho, já que tenho esse privilégio… Quero muito ver os Pulp. Consegui ver os Pulp a semana passada e vale muito a pena…

Estão a preparar alguma coisa para os próximos tempos?
ERG: Estamos a preparar, sim! Temos dois concertos ultraespeciais, no dia 25 de setembro e no dia 2 de outubro, no Teatro Tivoli BBVA e na Casa da Música, na Sala Suggia, em que vamos ter convidados especiais. São concertos chamados An Evening in Everywhen e vamos ter, na primeira noite, em Lisboa, a Marisa Liz, o Tigerman e o Moulinex… No Porto, o Tigerman, o  Moullinex e o Wolf Manhattan. Vão ser dois concertos muito especiais para nós.
CS: Estamos a curtir muito preparar isto!
ERG: Muito únicos… Convidamos toda a gente a picar ali a Ticketline e contribuir… [risos]

com Catarina Sousa