As autoridades da Faixa de Gaza denunciaram esta segunda-feira que a população enfrenta “fome e doenças” devido à escassez de alimentos e bens essenciais, exigindo a “abertura permanente” da passagem fronteiriça de Rafah, para facilitar a entrada de ajuda.

“O surgimento de fome na Faixa de Gaza, em consequência da grave escassez de alimentos e de bens de primeira necessidade, confirma que a comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, está a urdir um malicioso plano destinado a esvaziar a Faixa de Gaza e a deslocar a sua população para o Egito, o que é rejeitado pelo nosso povo”, indicou o gabinete de imprensa do governo palestiniano do movimento islamita Hamas, numa mensagem na plataforma digital Telegram.

“Consideramos a comunidade internacional e a ocupação israelita totalmente responsáveis pela degradação da situação humanitária e pela falta de alimentos nos mercados e lojas da Faixa de Gaza, uma vez que concordaram com a aplicação de uma política de fome contra o povo palestiniano”, afirmaram as autoridades do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

Emitiram, por isso, um apelo aos países árabes da região para “que assumam as suas responsabilidades e abram permanentemente o posto [de Rafah, na fronteira com o Egito] antes que ocorra uma verdadeira catástrofe humanitária”.

“De dia para dia, a situação humanitária piora e deteriora-se de uma maneira sem precedentes. A situação no terreno está a tornar-se mais desastrosa e pior que qualquer coisa que a Faixa de Gaza tenha antes vivido (…) As lojas têm falta de alimentos básicos como farinha, óleo e arroz”, lamentaram.

Cerca de 2,4 milhões de pessoas enfrentam esta situação, à medida que aumenta o número de deslocados internamente, o que gera uma “procura crescente de produtos básicos”, desencadeando “o surgimento de fome e a propagação de doenças e epidemias”, sustentou o executivo de Gaza.

Além disso, a difícil situação humanitária na Faixa de Gaza “esgotou claramente todos os recursos dos hospitais e de todo o pessoal governamental e não-governamental que continuamente trabalha no terreno, ao que se somam o frio e as chuvas”, refere ainda o texto.