O ex-primeiro-ministro Passos Coelho afirmou esta terça-feira que António Costa pediu a demissão “por indecente e má figura” e defendeu que o país precisa de um governo com “autoridade moral para conduzir uma política diferente”.

“Não tenho tido grande intervenção e não desejo ter. Cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence”, disse Passos Coelho, à entrada do tribunal, onde vai prestar depoimento como testemunha no julgamento do Caso EDP, acrescentando que o país vai precisar de um governo que tenha “um rumo bem definido para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas que são importantes para o crescimento da economia”.

O antigo primeiro-ministro garantiu que não votará a falar sobre a crise política, porque está fora da política ativa. “Não tenho tido intervenção pública e não desejo ter. Cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence. Devemos deixar o espaço a quem pertence o tempo para fazer aquilo que é preciso”, garantiu.

“Espero que o país saiba identificar no atual governo que está a cessar funções responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o primeiro-ministro tenha sido o único que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, acrescentou.