“O primeiro-ministro [Viktor] Orbán é um político muito pragmático”, tinha afirmado Donald Tusk, a caminho da reunião do Conselho Europeu, depois de ter sido empossado como primeiro-ministro da Polónia, sublinhando que dizia isto como um elogio ao líder húngaro, na véspera da reunião de chefes de Estado e de governo que ia discutir o alargamento da União Europeia (UE), processo que se considerava provável que fosse travado pela Hungria. E assim foi: a Comissão Europeia anunciou que, “após uma avaliação exaustiva e várias trocas de pontos de vista com o governo húngaro”, desbloqueava o acesso do país a 10,2 mil milhões de euros que tinham sido retidos porque Budapeste insistia em políticas que desrespeitavam o Estado de Direito, e, no dia da decisão, o Conselho Europeu aprovou o início de negociações formais para a adesão da Ucrânia e da Moldova à UE, ainda que Viktor Orbán tivesse saído da sala pouco antes da votação, por não querer participar no processo. “A adesão à Ucrânia à UE é uma má decisão. A Hungria não quer participar nesta má decisão”, afirmou, depois.

Para a história fica a decisão dos chefes de Estado e de governo da UE, num consenso a 26, com o impasse a ser resolvido “de uma forma elegante”, como considerou o primeiro-ministro português, António Costa. “Ao contrário do que muita gente achava, foi possível estabelecer-se um consenso para abrir as negociações quer com a Ucrânia, quer com a Moldova, e também um impulso forte no que diz respeito aos Balcãs Ocidentais”, disse também Costa. A UE também abrirá negociações com a Bósnia-Herzegovina assim que for atingido o grau necessário de cumprimento dos critérios de adesão, e com a Macedónia do Norte, “assim que esta tiver implementado o seu compromisso de concluir as alterações constitucionais” necessárias.

 

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