O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou esta quarta-feira, 10 de janeiro, que foi difícil levar a sério a Global Media uma vez que este grupo de comunicação social fez uma contraproposta ao Estado para adquirir a participação pública na Lusa.

Na comissão parlamentar que decorre esta quarta-feira, o governante respondeu a Paula Santos, líder parlamentar do PCP, e referiu que a contraproposta da Global Media para a aquisição da participação deste grupo na Lusa teve uma contraproposta que surpreendeu o ministro: “Houve uma contraproposta da Global Media no sentido de adquirir ao Estado a participação que temos na Lusa. Não levámos a sério”, referiu.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, revelou esta quarta-feira em audição parlamentar que a proposta do governo para a aquisição das ações da Global Media no capital da Lusa seria de 2,5 milhões de euros, em resposta à pergunta do deputado do PSD Alexandre Poço.

Na comissão parlamentar para debate da situação existente na Global Media, o governante falou da situação da Lusa e sobre as movimentações relativamente à possibilidade de o Estado reforçar a sua posição na agência de notícias.

Sobre a proposta, Pedro Adão e Silva destacou que “a carta que a Direção-Geral do Tesouro entregou a Marco Galinha para adquirir as ações da Global Media referia um preço de 2,5 milhões de euros”. Sublinhou o ministro que manteve sempre a reserva e só conversou com os responsáveis que os partidos indicaram para falar sobre esta matéria.

“Os contactos que tive foram sempre com Marco Galinha e o que me foi dito é que isto deveria ser concretizado antes da entrada dos novos acionistas. Nunca pensei que uma alteração no modelo de governação na Lusa fosse uma forma de a Global Media resolver problemas de tesouraria. Houve uma tentativa do PSD de aproveitamento político porque o PSD passou informação ao Eco de que o governo iria reforçar a posição no capital da Lusa”, acusou o ministro.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, defendeu esta quarta-feira que a agência Lusa corre o risco de passar a ter um acionista hostil, tendo em conta a situação que se passa na Global Media, acionista na agência noticiosa.

“Não temos nenhuma experiência de ter um acionista hostil na Lusa e, neste momento, temos essa possibilidade com o que se passa na Global Media. Para procedermos a essa alteração (do modelo de governação), o conselho de administração tem de aprovar isso por unanimidade”, referiu o governante em resposta a Joana Mortágua, deputada do BE.