Num dia feriado, numa quinta-feira, com um tempo propício a uma ponte para um fim de semana prolongado, a Avenida da Liberdade, em Lisboa, foi invadida por milhares de pessoas, durante toda a tarde, numa manifestação para comemorar o 25 de Abril e os 50 anos que levamos de democracia.

No Porto, em Coimbra, em Faro e noutras cidades também se saiu à rua e marcou posição.

Independentemente das queixas que temos do regime, que não cumpre a ideia que tínhamos para ele, das críticas que fazemos às soluções que aqueles que elegemos vão pondo em prática, do peso de um Estado que chega a ser sufocante, sem que tenhamos em troca o que consideramos ser os serviços devidos, os valores e os direitos que foram conquistados – como este, de nos manifestarmos – continuam válidos e são valiosos.

Este continua a ser o pior dos regimes, à exceção de todos os outros, e se perguntarmos a quem vive este e experienciou a autocracia, dir-nos-ão que a revolução valeu a pena.

Quando o presidente do Chega, André Ventura, diz que as pessoas lá em casa já não querem saber do 25 de Abril, pois bem, a manifestação que encheu a Avenida da Liberdade demonstra que as pessoas, afinal, querem mesmo saber do 25 de Abril e demonstram-no na rua, não ficaram lá em casa. E os decisores, na Assembleia da República, não podem deixar de o ouvir.