“A realidade não é tão simples”: Armando Pereira faz defesa pública

Em declaração por meio dos advogados, co-fundador da Altice que foi alvo de buscas na semana passada lamenta “julgamento em praça pública” e assegura que está a trabalhar com as autoridades.

Apresenta-se como “conhecido e respeitado no sector de telecomunicações da Europa” e diz ter sido “alvo de um ataque generalizado em Portugal nos últimos dias”. Em consequência, por meio dos advogados, Armando Pereira, o co-fundador da Altice que foi alvo de buscas e está a ser investigado pelo Ministério Público (leia tudo aqui), faz a sua defesa pública.

Em declaração enviada à comunicação social, Armando Pereira afirma que “a comunicação em torno desta operação foi feita de tal forma que levou a que tenha sido imediatamente considerado culpado na opinião pública”, considerando por isso ser “a hora de a defesa demonstrar que a realidade não é tão simples e que é muito diferente do que tem sido veiculado”.

Lembra o empresário que “a investigação das autoridades judiciais será longa e minuciosa, com vista ao cabal esclarecimento dos factos e apuramento de respectiva responsabilidade”. E garante que está, num total espírito de cooperação, a fazer “tudo para ajudar as autoridades judiciais”.

“O seu objectivo, e dos seus advogados, é que as investigações prossigam agora, considerando as informações prestadas pela defesa”, juntam os advogados Pedro Marinho Falcão (Cerejeira Namora Marinho Falcão), Manuel Magalhães e Silva (RBMS) e Jean Tamalet (King & Spalding), que representam Armando Pereira.

O co-fundador da Altice, com o francês Patrick Drahi, foi detido na quinta-feira, na sequência de buscas à sua casa em Guilhofrei, Braga. É suspeito, tal como o seu braço-direito, Hernâni Vaz Antunes, de negócios ilícitos de centenas de milhões de euros, incluindo de ter lesado o fisco em mais de 150 milhões. Já nesta semana, também na sequência de buscas das quais não resultou a sua constituição como arguido, Alexandre Fonseca, actual CEO da empresa para os EUA, suspendeu o mandato executivo, de forma a “proteger os interesses do Grupo Altice e todas as suas marcas num processo que é público e onde, aparentemente, são indiciados actos a investigar ocorridos no período em que este exerceu as funções executivas de presidente da Altice Portugal”, informou a empresa em comunicado.