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A global pledge: transição climática para um futuro justo

A transição para uma economia verde não pode ser apenas sustentável do ponto de vista ambiental. Deve também ser justa e equitativa, garantindo que os trabalhadores e as comunidades mais afetadas por esta mudança sejam protegidos e tenham acesso a novas oportunidades.

O planeta Terra está a enfrentar uma crise climática sem precedentes. As consequências do aquecimento global já se fazem sentir em todo o mundo, com fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes e graves. A ciência é clara: para evitar os piores impactes das alterações climáticas, temos de agir agora e com ambição.

O Acordo de Paris, assinado em 2015, representa um marco na luta contra as alterações climáticas. O acordo estabelece o objetivo global de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Para atingir este objetivo, é crucial que todos os países assumam os seus compromissos e acelerem a transição para uma economia com baixas emissões de carbono.

No entanto, a transição para uma economia verde não pode ser apenas sustentável do ponto de vista ambiental. Deve também ser justa e equitativa, garantindo que os trabalhadores e as comunidades mais afetadas por esta mudança sejam protegidos e tenham acesso a novas oportunidades.

O mais recente relatório do IPCC é um aviso claro: as emissões globais têm de ser reduzidas em 45% até 2030 para evitar consequências catastróficas. Isto exige investimentos maciços em energias renováveis, eficiência energética e outras tecnologias de baixo carbono. A boa notícia é que esta mudança pode gerar um crescimento económico significativo e criar milhões de novos empregos. A OCDE e a OIT estimam que esta mudança poderá impulsionar a produção a longo prazo e criar até 37 milhões de novos empregos até 2030.

Para que a transição climática seja justa, é fundamental garantir que os trabalhadores e as comunidades mais afetados por esta mudança sejam protegidos e tenham acesso a novas oportunidades. Isto significa investir na educação e na reconversão profissional, criar programas de proteção social e promover o diálogo social entre governos, empresas, sindicatos e comunidades.

Várias iniciativas em todo o mundo demonstram o empenhamento numa transição justa.

Em destaque, menciono os compromissos climáticos da África do Sul que integram a transição justa como um pilar fundamental, enquanto no Canadá foram criados grupos de trabalho para apoiar os trabalhadores e as comunidades afetadas pela transição.

Os investidores também podem contribuir para a transição justa integrando os princípios da transição justa nas suas estratégias de investimento, gerindo os riscos e encontrando novas oportunidades para criar valor. Além disso, podem financiar projetos que promovam a transição justa, apoiando o desenvolvimento de comunidades resilientes e a criação de empregos dignos. Uma transição justa é um imperativo moral e económico. É a forma mais eficaz de construir um futuro sustentável e inclusivo para todos.

Para que esta transição seja bem sucedida, será necessário unir esforços. Capital humano em prol de um capital natural. Assim sendo, recomendo um conjunto de medidas, veja-se:

  1. Investimento em energias renováveis e tecnologias de baixo carbono: A chave para descarbonizar a economia e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
  2. Criação de novos empregos verdes: A transição climática pode gerar milhões de novos empregos em sectores como as energias renováveis, a eficiência energética e os transportes ecológicos.
  3. Proteger os trabalhadores e as comunidades mais afetadas: É essencial garantir que ninguém é deixado para trás durante a transição. Isto significa investir em programas de reconversão profissional, proteção social e desenvolvimento local.
  4. Promover o diálogo social e a participação pública: Todas as partes interessadas devem ter voz ativa na construção de um futuro sustentável e inclusivo, para garantir uma melhor participação de todos os stakeholders na tomada de decisões sobre a transição climática.

A meu ver, a implementação de algumas das medidas descritas acima será fundamental para garantir uma transição climática justa e inclusiva. Através de um esforço conjunto de governos, empresas, sindicatos e sociedade civil, podemos construir um futuro mais sustentável, próspero e equitativo para todos. A transição climática justa é ( e será) um desafio, mas é também uma oportunidade. Reitero, é uma oportunidade para construir um futuro melhor para todos, um futuro em que a economia e o ambiente estejam em harmonia.

Investigador Associado e membro do Conselho Consultivo do NOVA Green Lab Investigador do NOVA Ocean


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