A instituição de caridade internacional ActionAid afirmou que a comida está a tornar-se tão escassa em Gaza que as pessoas estão a comer erva, avança o jornal The Guardian. “Cada pessoa em Gaza tem agora fome e as pessoas têm apenas 1,5 a 2 litros de água potável por dia para satisfazer todas as suas necessidades”, refere a ActionAid, através de um comunicado publicado na sexta-feira, que alertava que a intensificação dos ataques em Rafah teria “consequências desastrosas”.
Riham Jafari, Advocacy and Communications Coordinator da ActionAid Palestina, disse que a instituição de caridade estava “profundamente preocupada” com os relatos de uma potencial invasão terrestre em Rafah e com o aumento dos ataques aéreos na área. “Sejamos absolutamente claros: qualquer intensificação das hostilidades em Rafah, onde mais de 1,4 milhões de pessoas estão abrigadas, seria absolutamente desastrosa”, afirmou.
A cidade fronteiriça Rafah situa-se no sul de Gaza, e é considerada o último local supostamente seguro da Faixa de Gaza, servindo de refúgio a mais de um milhão de palestinianos, cuja maioria são deslocados que não possuem outro lugar para onde fugir.
“As pessoas estão agora tão desesperadas que estão a comer erva numa última tentativa de evitar a fome. Entretanto, as infecções e as doenças são galopantes no meio de condições tão sobrelotadas. A única coisa que impedirá que esta situação fique ainda mais fora de controlo é um cessar-fogo imediato e permanente – é a única forma de impedir que se percam mais vidas e de permitir que entre no território ajuda suficiente para salvar vidas”, sublinha Riham Jafari.
A instituição de caridade afirmou que quaisquer ataques “causariam, sem dúvida, um elevado número de vítimas e tornariam a distribuição da ajuda ainda mais difícil”, dado que a área alberga atualmente mais de 1,4 milhões de pessoas, ou seja, mais de cinco vezes a sua população habitual.
Editado por Fábio Nunes