Os bombeiros sapadores de Lisboa, que estavam em greve desde 1 de outubro, suspenderam a paralisação às 0h00 de hoje, na sequência do início das negociações com o Governo, disse à agência Lusa fonte sindical.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Nuno Almeida, adiantou que na sequência do início das negociações com o Governo, os bombeiros decidiram suspender a greve que deveria terminar na quinta-feira.

“O sindicato integrou a reunião com o Governo que deu início à negociação do Estatuto de Pessoal dos Bombeiros Profissionais da Administração Local e já estão calendarizadas reuniões de negociação para os dias 6, 14 e 25 de novembro, e ainda a 3, 13 e 20 de dezembro”, contou.

De acordo com o sindicato, o “Governo sugeriu que os sindicatos enviassem previamente as suas propostas relacionadas com cada um destes temas, dando a possibilidade de serem incluídas outras temáticas, que estes considerem pertinentes”.

“À medida que se for avançando nos temas, o Governo apresentará também as suas propostas”, disse Nuno Almeida, salvaguardando que, se as negociações não corresponderem de forma positiva às aspirações dos trabalhadores, serão decididas novas formas de luta.

“Quanto ao balanço de cerca de mês de greve, é positivo. Se não fosse a luta dos trabalhadores, as negociações ficariam adiadas mais tempo. Nos primeiros dias, a adesão era de 95% a 100%, depois com o anúncio do Governo convocando a primeira reunião, era mais reduzida”, disse.

Os bombeiros sapadores de Lisboa iniciaram uma greve de um mês a 1 de outubro para exigir a revisão do Estatuto de Pessoal dos Bombeiros Profissionais da Administração Local, nomeadamente a revisão da tabela remuneratória.

O reconhecimento da carreira de bombeiro sapador como profissão de desgaste rápido é outra das revindicações, assim como a revisão do regime de aposentação.

No início de outubro, centenas de bombeiros sapadores manifestaram-se junto à Assembleia da República, tendo derrubado as grades de proteção ao edifício e ocupado a escadaria durante três horas, além de terem rebentado petardos e queimado pneus.

Entre as exigências estão os aumentos salariais, subsídio de risco semelhante ao atribuído às forças de segurança e revisão do estatuto.