Joe Biden declarou o seu “apoio total e recomendação” de Kamala Harris como candidata presidencial do Partido Democrata às eleições norte-americanas, pouco depois de ter anunciado a sua desistência.
“A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E tem sido a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer o meu total apoio e recomendação de Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano”, lê-se numa mensagem de Biden publicada nas redes sociais.
“Democratas: é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto”, instou na mensagem publicada na rede social X. dirigida aos democratas e que inclui uma foto dos dois dirigentes máximos dos Estados Unidos.
My fellow Democrats, I have decided not to accept the nomination and to focus all my energies on my duties as President for the remainder of my term. My very first decision as the party nominee in 2020 was to pick Kamala Harris as my Vice President. And it’s been the best… pic.twitter.com/x8DnvuImJV
— Joe Biden (@JoeBiden) July 21, 2024
Biden garantiu no texto que vai “concentrar” todas as suas “energias nas funções de presidente” no que resta do seu mandato na Casa Branca, depois de ter anunciado que iria abandonar a corrida às eleições presidenciais de novembro, por acreditar ser do “interesse” do Partido Democrata e do país.
O desempenho de Biden, 81 anos, no debate presidencial de final de junho levantou dúvidas sobre a sua capacidade de liderar uma campanha convincente para derrotar Trump. O líder da Casa Branca de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar a sua decisão num discurso à nação.
Cerca de três dúzias de congressistas democratas já tinham defendido que Biden deveria abandonar a corrida, tal como quatro senadores democratas: Peter Welch (Vermont), Jon Tester (Montana), Martin Heinrich (Novo México) e Sherrod Brown (Ohio).
O senador norte-americano Joe Manchin, antigo democrata e agora independente, juntou-se ao grupo dos que pediram a Biden para se afastar. “Cheguei à decisão com o coração pesado de que acho que é hora de passar a tocha para uma nova geração”, disse na CNN o senador da Virgínia Ocidental.
Também alguns dos principais doadores do Partido Democrata suspenderam financiamentos, ou ameaçaram fazê-lo, enquanto Biden fosse o candidato.
Trump mantém uma vantagem de três pontos percentuais sobre Biden, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, segundo as últimas sondagens.
Uma compilação de sondagens publicada pela RealClearPolitics dá ao republicano 47,7% contra 44,7% do democrata, com base na média de uma dezena de sondagens concluídas entre 2 e 18 de julho, resultado que está em linha com a distância adquirida por Trump após o debate televisivo entre ambos no final do mês passado.
Sondagens como a da CBS News atribuem a Trump uma vantagem de cinco pontos (52% contra 47%), enquanto apenas a sondagem pública da rádio e televisão dos Estados Unidos, NPR/PBS, dá a Biden uma vantagem de dois pontos (48% contra 50%).
Outra sondagem, da ABC News e do The Washington Post, deixa ambos empatados tecnicamente com 46%.
O portal recorda que, neste mesmo dia há quatro anos, as sondagens davam a Biden, então candidato democrata à Casa Branca, 8,7 pontos percentuais à frente de Trump, que ocupava a Sala Oval nessa altura.