A coligação presidencial Juntos conseguiu manter o controlo de seis das oito comissões da Assembleia Nacional, o que lhe garante um peso significativo na legislatura, apesar do revés nas recentes eleições legislativas.
Depois de a macronista Yaël Braun-Pivet ter sido reeleita como presidente da assembleia, o Juntos também dominou a liderança das comissões, continuando, porém, a comissão de Finanças nas mãos de Éric Coquerel, da Nova Frente Popular, aliança de esquerda que venceu as eleições antecipadas sem maioria absoluta.
A União Nacional, partido de extrema-direita ficou sem liderar qualquer comissão, face ao cordão sanitário imposto pelos outros partidos. O deputado Jean-Philippe Tanguy qualificou mesmo os acordos entre os macronistas e a direita republicana (47 deputados) como um “pacto de corrupção”. Esta aliança também esteve na base da recondução de Yaël Braun-Pivet.
Na sexta-feira, o partido de extrema-direita já tinha sido afastado durante a eleição da mesa da Assembleia Nacional. Ontem, a Nova Frente Popular conquistou nove dos 12 lugares de secretários, assegurando a maioria no órgão responsável pela decisão sobre as sanções contra os deputados.
Há dois anos, o bloco presidencial cedeu duas vice-presidências à União Nacional, no âmbito de uma representação equitativa dos grupos, tal como é recomendado pelo regulamento da Assembleia.
Desta vez, o Juntos, presidido pelo primeiro-ministro demissionário Gabriel Attal, decidiu na segunda-feira não apresentar nenhum boletim de voto “nem para a União Nacional nem para a França Insubmissa”, o principal partido da NFP, liderado por Jean-Luc Mélenchon.
A decisão antecipa um elevado nível de tensão que deverá marcar quer a 17.ª legislatura, quer o processo de formação de um governo estável.
As legislativas francesas foram convocadas por Emmanuel Macron, depois da derrota do seu partido e a acentuada subida da União Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.