Luís Montenegro afirmou que o Governo “não vai entrar em diálogo” com Lucília Gago, nem comentar a sua entrevista, e disse não ter falado com Pedro Nuno Santos sobre a sucessão da procuradora geral da República.

“Não vou fazer comentários, os partidos políticos disseram o que entenderam, o Governo não vai entrar num diálogo com a senhora procuradora-geral da República que está a exercer o seu mandato”, disse o primeiro-ministro.

Questionado se já entrou em diálogo com Pedro Nuno Santos sobre a sucessão de Lucília Gago, que está a meses de terminar o mandato, Montenegro respondeu com uma palavra: “Não”.

Em entrevista à RTP na segunda-feira à noite, a procuradora-geral da República afirmou que nunca ponderou demitir-se, defendeu que há “uma campanha orquestrada” contra o Ministério Público e considerou “indecifráveis e graves” as declarações da ministra da Justiça sobre pôr “ordem na casa” no Ministério Público.

Lucília Gago disse também que o inquérito no âmbito da Operação Influencer que visa António Costa “ainda decorre”, e negou qualquer “cuidado especial”, indicando que o ex-primeiro-ministro foi tratado como qualquer outro face a uma denúncia ou suspeita de crime.

Em resposta a uma outra pergunta dos jornalistas, Montenegro reiterou o seu pesar pela morte de Joana Marques Vidal, anterior procuradora geral da República, que já tinha expressado através da rede social X, deixando a sua consternação pessoal e de todo o Governo.

“Foi, entre outras coisas procuradora-geral da República, mas teve uma carreira preenchidíssima em áreas que por vezes passam ao lado das pessoas, como a proteção de crianças em risco, de pessoas mais vulneráveis”, disse.

Como procuradora geral da República deixou “muito boa memória pela sua competência e pela capacidade com que exerceu o seu mandato”, acrescentou.