Tanques israelitas voltaram a irromper hoje no bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza, norte do enclave, onde diversos bombardeamentos provocaram a morte de sete palestinianos, incluindo crianças, e pelo menos uma dezena de feridos.
O hospital Baptista de Al Ahli, também situado no norte da Faixa de Gaza, confirmou a chegada de sete mortos e de feridos na sequência dos ataques israelitas em Shujaiya, quando o conflito se aproxima do nono mês.
O Exército israelita emitiu uma ordem de retirada aos residentes desta zona, mas não forneceu mais detalhes sobre a operação, referiu a agência noticiosa Efe. Vídeos difundidos nas redes sociais mostram as ruas da localidade reduzidas a escombros, com dezenas de pessoas em fuga de uma zona.
O bairro de Shujaiya, considerado um dos bastiões do Hamas, foi o local onde em 15 de dezembro passado o Exército israelita matou três reféns após, segundo referiram, terem sido identificados “erradamente como uma ameaça”.
Os três reféns israelitas, que escaparam dos seus raptores, estavam com as mãos erguidas e agitavam lenços brancos.
O Exército israelita decidiu desta forma regressar a zonas da Faixa de Gaza onde previamente tinha anunciado a conclusão das suas operações, quando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enunciou como principal objetivo a eliminação do Hamas.
Nas últimas horas, os israelitas também flagelaram outros pontos do norte do enclave, incluindo Jabalia e Sabra, onde equipas de resgate de Proteção Civil informaram sobre ataques contra habitações e resgate de corpos.
Em Khan Yunis, as forças militares israelitas referiram ter atacado um “quartel-general” do grupo islamita Hamas, e onde estariam a ser planeados ataques contra as tropas.
Os contínuos ataques israelitas continuam a deteriorar o debilitado sistema de saúde de Gaza, e o Crescente Vermelho anunciou esta quinta-feira a paragem de 18 ambulâncias por falta de combustível, cerca de 36% da sua frota de ambulâncias.
“Durante aproximadamente oito dias não recebemos a quota diária de gasolina da UNRWA [a agência da ONU para os refugiados palestinianos] pelo facto de a ocupação israelita impedir que o combustível entre na Faixa de Gaza”, denunciou hoje em comunicado.