A Direção de Informação da agência Lusa repudiou hoje a decisão da Rússia de bloquear o acesso por Internet no país à RTP, Público, Observador e Expresso, entre 81 meios de comunicação social europeus, apelando ao levantamento das restrições.
Numa nota hoje divulgada, a Direção de Informação da Lusa – Agência de Notícias de Portugal “solidariza-se inteiramente” com os órgãos de comunicação social visados e “repudia a decisão russa”.
“A Direção de Informação da Lusa considera que tal decisão atenta contra a liberdade de informação e de ser informado e o exercício de um jornalismo livre, pressupostos de um Estado de direito e da democracia, e junta-se ao apelo daqueles meios de comunicação social para o levantamento das restrições anunciadas”, sustenta.
A Rússia anunciou na terça-feira que vai proibir o acesso por Internet no país a 81 meios de comunicação social europeus, incluindo os portugueses RTP, Público, Observador e Expresso.
A medida visa retaliar a decisão da União Europeia (UE) de proibir “qualquer atividade de radiodifusão” aos meios de comunicação social russos RIA Novosti, Izvestia, Rossiyskaya Gazeta e Voice of Europe, que entrou na terça-feira em vigor, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
As restrições abrangem meios de comunicação social da UE “que divulgam sistematicamente informações falsas sobre o desenrolar” da operação militar especial na Ucrânia, acrescenta o ministério num comunicado divulgado na Internet.
Também na terça-feira, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, repudiou fortemente, através da rede social X, a decisão da Rússia: “Portugal repudia fortemente a decisão da Federação Russa (…). Em defesa da liberdade de expressão, a nossa solidariedade com o jornalismo livre”.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, também defendeu que o bloqueio pela Rússia representa “represálias absurdas” pelas medidas tomadas pela UE contra ‘medias’ russos.
A Rússia designa a invasão e consequente guerra na Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022, como uma operação militar especial para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
Desde o início da guerra, a UE proibiu as emissões de canais russos como o RT no espaço europeu por considerar que difundiam propaganda de Moscovo e desinformação.
Os ‘media’ russos visados “têm sido essenciais e instrumentais na apresentação e apoio à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e na desestabilização dos seus países vizinhos”, segundo a UE.
As novas restrições foram aprovadas pelo Conselho Europeu em 17 de maio e mereceram as medidas retaliatórias agora anunciadas pela diplomacia de Moscovo.
Além de Portugal, são visados ‘media’ de Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Hungria, Grécia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Países Baixos, Polónia, República Checa, Roménia e Suécia.