O antigo primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, mostrou-se esta segunda-feira, 8 de abril, muito satisfeito pelo facto de André Ventura marcar presença na apresentação do livro “Identidade e Família”.

O livro “Identidade e Família” reúne 22 contributos da direita mais conservadora contra a “destruição da família” tradicional e conta com a apresentação de Pedro Passos Coelho. Os textos abordam a imposição de uma “ideologia de género” como “modelo de pensamento único”, de “disforia de género associada a várias patologias psiquiátricas.

À entrada do espaço onde vai decorrer a apresentação, Pedro Passos Coelho mostrou-se muito surpreendido pelo facto de um jornalista ter perguntado se considera que está cada vez mais próximo das posições do Chega do que do PSD: “Aproximar-me do Chega? Não me diga! Eu sou do PSD. Não há ninguém que tenha dúvidas sobre isso.”

“Fico satisfeito que André Ventura possa estar nesta apresentação, não sabia que estava. Fico muito satisfeito com isso tal como fico satisfeito que muitas outras pessoas possam acudir a esta apresentação”, referiu Passos Coelho aos jornalistas.

André Ventura, presidente do Chega, defendeu esta segunda-feira que o conteúdo do livro “Identidade e Família”, que conta com a coordenação de Pedro Passos Coelho, está mais próximo das ideias do partido que preside do que da Aliança Democrática.

No entanto, o presidente do terceiro partido mais votado nas últimas legislativas considera que o PSD optou por não trilhar esse caminho que, no entender de André Ventura, poderia fazer parte do programa de uma “frente de direita”.

“Conteúdo é mais condizente com o programa do Chega do que com o programa da AD. Passos Coelho tem aparecido repetidas vezes a dizer à AD que o caminho não é por aí, é por aqui, por onde o Chega está a trilhar”, defendeu o líder partidário em declarações aos jornalistas.

O presidente do Chega sublinhou que “tópicos como a identidade de género, cultura da vida, autoridade da polícia, reforma da Justiça, a economia liberal e da iniciativa privada são temas que poderiam fazer parte de uma autêntica frente de direita e é isso que Passos Coelho tem defendido”.