Os serviços de urgência hospitalares realizaram cerca de oito milhões de atendimentos em 2022, mais 1,5 milhões do que em 2021 (+23,9%), revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Nos hospitais do setor público, realizaram-se 6,6 milhões de atendimentos em 2022, mais 20,1% relativamente ao ano anterior, e nos hospitais privados 1,5 milhões, mais 43,7%, o número mais elevado desde 1999, adianta o INE na publicação “Estatísticas da Saúde”, divulgada a propósito do Dia Mundial da Saúde, que se celebra a 7 de abril.
Segundo os dados, os hospitais públicos ou em parceria público-privada realizaram 81,6% do total dos atendimentos em serviços de urgência (84,2% em 2021 e 95,8% em 1999) e os hospitais privados 18,4% (15,8% em 2020 e 4,2% em 1999).
“A recuperação observada em 2022 permite uma aproximação ao valor anterior a 2020, ano em que os atendimentos realizados na urgência hospitalar diminuíram 30,3% e atingiram o valor mais baixo da série temporal iniciada em 1999”, refere o instituto.
A grande maioria dos atendimentos foi assegurada pela urgência geral (71,8%), enquanto a Pediatria e a Obstetrícia asseguraram, respetivamente, 22,8% e 5,4% dos atendimentos.
A urgência pediátrica foi o tipo de urgência que registou o maior aumento percentual em 2022 (+46,5%), depois de ter sido aquele que sofreu a quebra mais acentuada em 2020 (-47,7%).
“No total, em 2022 foram efetuados 1,8 milhões de atendimentos na urgência de Pediatria dos hospitais portugueses, o que representa mais 580,8 mil atendimentos do que no ano anterior”, salienta.
Os dados do INE indicam também que se registaram, em 2022, cerca de 1,1 milhões de internamentos que se traduziram em 10,2 milhões de dias de internamento.
“Depois de em 2020 terem sido registados os valores mais baixos da série iniciada em 1999, o número de internamentos em 2022 voltou a ultrapassar 1 milhão e o número de dias de internamento ultrapassou os 10 milhões, em resultado de terem ocorrido mais 29,4 mil internamentos e mais 351,8 mil dias de internamento do que no ano 2021 (+2,7% e +3,6%, respetivamente)”, realça.
Em 2022, os hospitais públicos ou em parceria público-privada asseguraram cerca de 825 mil internamentos (74,6% do total) e 7,4 milhões de dias de internamento (72,6% do total).
Nos hospitais privados foram efetuados cerca de 281 mil internamentos (+0,5%) que originaram 2,8 milhões de dias de permanência (+1,3%).
Os doentes permaneceram internados nos hospitais portugueses, em média, 9,2 dias, mais 0,1 dias do que em 2021.
Relativamente às consultas médicas externas dos hospitais, os dados indicam que foram realizadas em 2022 cerca de 21,9 milhões, mais 3% face a 2021.
“Este reforço nas consultas médicas realizadas em contexto hospitalar permitiu ultrapassar o número pré-pandemia covid-19 e alcançar o valor mais elevado do período iniciado em 1999”, salienta o INE.
Em comparação com 2021, os hospitais públicos ou em parceria público-privada realizaram mais 148,4 mil consultas (+1,1%), tendo assegurado 62% do total (84,4% em 1999).
Os privados realizaram mais 488,9 mil consultas (+6,2%), concentrando 38% do total (15,6% em 1999), refere, sublinhando que “esta é a vertente assistencial em que os hospitais privados conseguiram alcançar a percentagem mais elevada do total”.
As especialidades com maior número de consultas médicas nos hospitais públicos ou em parceria público-privada foram, em 2022, por ordem decrescente, a Oftalmologia, a Ortopedia, a Ginecologia-Obstetrícia, a Cirurgia Geral e a Pediatria.
Nos hospitais privados, foram a Ortopedia, Oftalmologia, Ginecologia-Obstetrícia, Medicina Física e de Reabilitação e Otorrinolaringologia.
Os hospitais privados foram os que mais contribuíram para o aumento de atividade nestas especialidades, sendo responsáveis por 76,3% do acréscimo nas consultas de Ortopedia, por 83,9% nas consultas de Otorrinolaringologia e 70,7% nas consultas de Pneumologia.