As equipas de negociação da Comissão Europeia e do Brasil estão a trabalhar a toda a velocidade para tentarem concluir o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) até à data-limite de 7 de dezembro, a próxima quinta-feira, altura em que se realiza a cimeira de presidentes do grupo de países sul-americanos, no Rio de Janeiro, no Brasil.

“Pode dizer-se que as negociações técnicas estão prontas para o impulso político final”, afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, esta semana, depois da reunião dos ministros do Comércio dos 27, em Bruxelas.

O ritmo das negociações acelerou nas últimas semanas, com longas reuniões, incluindo aos fins de semana, presencialmente, em Brasília, mas também por videochamada, estando o próximo encontro previsto para segunda-feira, 4 de dezembro. Entretanto, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vai nos próximos dias tentar forçar o “impulso político final” que referiu Valdis Dombrovskis para conseguir um acordo.

Lula da Silva está presente na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que se iniciou na quinta-feira e decorre até 12 de dezembro, no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde falou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mas também com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que detém a presidência do Conselho Europeu até ao final do mês. Ainda hoje seguirá para a Alemanha, onde se encontrará com o chanceler Olaf Scholz.

O Brasil detém a presidência do Mercosul durante este segundo semestre do ano e Lula da Silva pretende encerrá-la com chave de ouro, cumprindo o objetivo que determinou de fechar o acordo comercial entre o bloco comercial sul-americano e a União Europeia.

O Mercosul integra, nesta altura, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e também a Venezuela, que se encontra, no entanto, com a participação suspensa, desde 2016, pelo incumprimento das regras. Juntar-se-á ao grupo a Bolívia, que atualmente tem o estatuto de Estado associado, mas cuja adesão já foi aprovada pelos restantes países e que se tornará um membro de pleno direito assim que Lula da Silva assinar a decisão positiva tomada pelo parlamento brasileiro.

Além da questão brasileira, o forcing final nas negociações é reforçado por outra questão, depois de o economista ultraliberal Javier Milei ter vencido as eleições presidenciais na Argentina.

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