O ex-líder do PSD, ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República Cavaco Silva apareceu de surpresa no 41.º Congresso do PSD ainda não eram 20:00 e antes do discurso do líder do partido. O histórico barão do partido não quis prestar declarações aos jornalistas à chegada, mas quando o discurso de encerramento de Montenegro terminou disse que “Portugal precisa de uma mudança, que traga uma nova esperança”.

“Sem essa mudança, por aquilo que tenho estudado, será impossível melhorar as condições de vida das populações e impedir que os jovens mais qualificados fujam para o estrangeiro”, sublinhou.

Cavaco Silva foi a grande surpresa do congresso (guardada a sete-chaves) e apareceu logo depois de Manuela Ferreira Leite, a ex-líder cuja presença foi anunciada pelo partido de manhã. Entrou num complexo desportivo onde decorre o conclave que entrou em apoteose e se levantou para aplaudir o seu líder histórico. Mas evitou prolongar-se em comentários, nomeadamente sobre eventuais coligações. “Não vim dar lições a ninguém e não quero interferir. Vim aqui para ouvir o presidente”, disse Cavaco, que atacou ainda a situação em que o PS deixou o pais, lembrando que em maio a “antecipou” e que até falou nessa altura na demissão do primeiro-ministro, que viria mesmo a acontecer no passado dia 7 de novembro.

Há anos que Cavaco Silva não aparecia num congresso do partido, mas não é a primeira vez que o barão do partido dá a mão ao líder do PSD. Já numa reunião dos autarcas, em maio, disse que Montenegro reunia as condições para vir a ser primeiro-ministro, dando-lhe conselhos para a estratégia política. Agora que Marcelo Rebelo de Sousa antecipou eleições para 10 de março, e que os ex-lideres do partido e principais barões não marcaram presença na reunião magna, Cavaco Silva volta a ir ao encontro do líder para um empurrão até 10 de março. E este sábado voltou a lembrar a competência política que acha que Montenegro tem para ser primeiro-ministro.