Em cerca de ano e meio, entre o verão deste ano e novembro de 2024, a República Federativa do Brasil terá um protagonismo inusitado, um período de ouro de afirmação internacional, depois de um apagão externo durante a presidência de Jair Bolsonaro, que perdeu a reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois de um primeiro semestre de mandato em que a política interna foi dominante – na sequência dos ataques aos edifícios onde estão sediados os poderes legislativo, executivo e judicial no Brasil, em Brasília, em janeiro – Lula da Silva voltou a sua ação para a política externa, procurando marcar a diferença em relação ao seu antecessor, como tinha prometido ainda nas eleições.

“Enquanto o Brasil, no governo Bolsonaro, foi um Brasil que apareceu na imprensa internacional sempre por conta das crises políticas domésticas, o Brasil de Lula da Silva parece tentar limitar o potencial de crise doméstica, com o reforço do papel das instituições, sobretudo no que diz respeito à justiça e à capacidade do país de voltar ao diálogo internacional com algum protagonismo”, diz ao NOVO Sabrina Evangelista Medeiros, professora da Universidade Lusófona, que assinala a existência de uma estratégia com duas vertentes, a “reestruturação da influência regional e a reorganização da política externa e dos seus interesses a partir de mecanismos de exposição internacional”.

Essa estratégia concretiza-se em toda a sua plenitude, nas duas vertentes, em julho, em Puerto Iguazu, na Argentina, quando Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do presidente argentino, Alberto Fernández, a transferência da presidência do Mercosul, que reúne 12 países, entre membros e associados, no mercado comum sul-americano, que exercerá até ao final deste ano. 

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