As agências humanitárias da ONU denunciaram a situação caótica nos hospitais da Faixa de Gaza, sobrelotados com feridos e com cadáveres amontoados em tendas.

Funcionários das agências visitaram vários hospitais no território palestiniano e descreveram “níveis de devastação sem precedentes”, disse o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa).

“Num dos hospitais, centenas de homens, mulheres e crianças feridos jazem em camas, macas e no chão, a maior parte deles inconscientes, com feridas abertas”, disse o OCHA. Na mesma unidade, dezenas de corpos estavam empilhados numa tenda no exterior, uma vez que a morgue estava cheia, referiu o gabinete da ONU no relatório, segundo a agência espanhola EFE.

Nos hospitais, “o combustível é altamente racionado, sendo utilizado apenas para instalações vitais, e muitos dos geradores de emergência não foram concebidos para funcionar continuamente, pelo que é possível que se avariem”, alertou o OCHA.

As próprias agências humanitárias da ONU admitiram na terça-feira a possibilidade de terem de suspender as operações na Faixa de Gaza a partir de hoje por falta de combustível.

A Faixa de Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, tem estado a ser bombardeada pelo exército israelita desde que o grupo islamita palestiniano Hamas fez um ataque sem precedentes em Israel a 7 de outubro. As autoridades israelitas disseram que o Hamas matou mais de 1.400 pessoas em Israel, enquanto o grupo islamita divulgou um balanço de mais de 5.800 mortos em Gaza. O Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, controla a Faixa de Gaza desde 2007.

No relatório divulgado em Genebra, na Suíça, a ONU também referiu que a falta de alimentos coloca muitas crianças e mulheres, especialmente grávidas e lactantes, em risco de desnutrição.