O primeiro-ministro António Costa saiu esta sexta-feira em defesa de João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, a propósito dos novos desenvolvimentos em torno da operação “Tempestade Perfeita” que envolvem, de acordo com a manchete do Expresso esta sexta-feira, o então ministro da Defesa.

Numa curta declaração aos jornalistas, proferidas em La Valeta (Malta) onde participa na cimeira dos países do Mediterrâneo (em conjunto com João Gomes Cravinho), António Costa reiterou que o ministro já tinha feito um comunicado sobre o tema e que “esse comunicado é uma posição de todo o Governo”.

Nesse comunicado, o governante adianta que “o contrato celebrado entre a Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional e Marco Capitão Ferreira “foi um trabalho remunerado, em termos estabelecidos exclusivamente pelas duas partes contratantes”.

Apesar de ter emitido esse comunicado, João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, defendeu esta sexta-feira que tem todas as condições para se manter no Governo, em declarações aos jornalistas. “Reitero o que disse em vários momentos públicos e não me compete estar a comentar insinuações ou o que está em curso numa investigação judicial. As condições para continuar como ministro são as mesmas que existiam antes de haver manchete num jornal”, realçou o governante.

Um dos acusados pelos crimes de corrupção e branqueamento na operação Tempestade Perfeita, Paulo Branco implicou o ministro João Gomes Cravinho no caso da assessoria-relâmpago no sentido de pagar 50 mil euros a Marco Capitão Ferreira, avançou o “Expresso” esta sexta-feira

De acordo com o depoimento de Paulo Branco, que já foi o responsável financeiro da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), o então ministro da Defesa “tinha concordado” ou “pedido” para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira.